O ministro da Herdade, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira, 27, um pacote de medidas para controle de gastos
Na noite de quarta-feira, 27, Fernando Haddad, o Ministro da Herdade, revelou um conjunto de ações voltadas para a contenção de despesas. Entretanto, de congraçamento com avaliações do mercado financeiro, as estratégias do governo de Luiz Inácio Lula da Silva são consideradas insuficientes para estabilizar a dívida pública do Brasil.
Haddad propôs um reajuste no abono salarial e a imposição de um limite de 2,5% ao ano para o prolongamento das emendas parlamentares. Adicionalmente, ele planeja destinar metade das emendas das comissões do Congresso à saúde pública, o que se espera que fortaleça o Sistema Único de Saúde (SUS).
Também foram sugeridas alterações na idade mínima para a aposentadoria dos militares e limitações na transferência de pensões. O governo projeta que estas ações resultem em uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. Todavia, para serem efetivadas, dependem da aprovação do Congresso Vernáculo.
O que diz o mercado sobre medidas de Haddad
A maior reclamação do mercado é que, mesmo estando certas, estas medidas não vão influenciar de maneira relevante a relação entre a dívida pública e o Resultado Interno Bruto (PIB), que se espera que diminua. Alexandre Andrade, da Instituição Fiscal Independente, informou à CNN que as ações do governo buscam lastrar gastos que ultrapassam o teto fiscal.
“Elas buscam emendar a trajetória de gastos que cresciam supra do busto”, destaca Andrade.
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, comunicou a urgência de esforços adicionais. Ele afirmou ao via que “A meta não é só ser cumprida; é necessário reduzir a relação dívida/PIB”. Por outro lado, Zeina Latif, sócia-diretora da Gibraltar Consulting, acredita que a inclusão de militares, emendas e abono salarial é um passo positivo, mas não garante a sustentabilidade da dívida.
Latif declara que, considerando o repto fiscal e as expectativas pioradas, um pacote mais ávido seria necessário. Ela insinua que, no porvir, serão precisas novas ações para frear o aumento da dívida.
Impacto das medidas a médio e longo prazo
Quanto ao impacto do pacote, Gabriel Fongaro, do Julius Baer Brasil, tem a visão de que será mais notado a médio prazo, sem testificar uma subtracção considerável da dívida a longo prazo.
Fongaro diz que o pacote decepcionou em termos de mudanças estruturais. “A revisão da regra do salário mínimo foi modesta”, explica. Ele avalia que essas mudanças não ajudarão significativamente na situação fiscal nos próximos anos.
Tiago Sbardelotto, economista da XP, afirma que as medidas estão no caminho perceptível, mas conseguir o impacto de R$ 70 bilhões anunciado pelo governo será um grande repto.
Para esclarecer os detalhes das suas medidas, o governo programou uma coletiva de prensa para esta quinta-feira, 28. As informações são da Revista Oeste.