Os R$ 35 bilhões por ano que o governo federalista deve deixar de receptar para isentar trabalhadores que ganham até R$ 5 milénio do Imposto de Renda (IR) equivale às renúncias fiscais concedidas a 75 empresas do país de janeiro a agosto deste ano.
A mudança na tábua de cobrança do IR foi anunciada pelo ministro da Quinta, Fernando Haddad (PT), em pronunciamento na quarta-feira (27). Nesta manhã, Haddad detalhou a medida numa entrevista coletiva.
Segundo o ministro, o governo pretende encaminhar uma proposta ao Congresso Vernáculo para o aumento do limite de isenção ainda neste ano. A teoria do governo é que a novidade tábua de cobrança esteja vigente a partir de 2026.
Hoje, a isenção vale para quem ganha até dois salários mínimos: R$ 2.824.
Haddad disse que a mudança da tábua do IR beneficiará 26 milhões de pessoas. Elas deixarão de remunerar ao governo R$ 35 bilhões por ano.
Só neste ano, segundo dados divulgados pelo governo, 75 empresas que atuam no país deixaram de remunerar R$ 35 bilhões em impostos federais. A lista das beneficiadas inclui Braskem, Syngenta, JBS e outras.
Os dados sobre as isenções foram declarados pelas próprias companhias por meio da Enunciação de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária (Dirbi), criada para dar transparência aos incentivos.
Ao todo, de janeiro a agosto, o governo federalista já deixou de receptar R$ 97 bilhões em impostos por conta de isenções declaradas por empresas.
De conformidade com Haddad, no entanto, o dispêndio para ampliar a isenção do IR não será compensado com mudanças nas renúncias fiscais. O governo, na verdade, pretende produzir um imposto para cobrar mais tributos de quem ganha supra de R$ 50 milénio por mês.
Edição: Nathallia Fonseca