O Banco de Brasília (BRB) investiu R$ 3,2 milhões na compra de 110 ingressos em camarotes para uma corrida de Fórmula 1, realizada em São Paulo no início de novembro, dia 3. As vagas foram destinadas a dirigentes do banco, empresários, clientes especiais e políticos, tais uma vez que o governador do Província Federalista, Ibaneis Rocha (MDB), a esposa Mayara Rocha, e o magnata imobiliário Paulo Octávio (PSD). As informações foram reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo em reportagem publicada no dia 13 de novembro.
O BRB é uma instituição de natureza pública e pertencente ao governo do Província Federalista e que, nos últimos anos, alavancou o orçamento de publicidade e patrocínios em esportes uma vez que futebol e corrida de carros, apuração já publicada pelo Brasil de Veste-DF.
Desde 2022, o banco apoia o automobilismo brasílio que, a partir do próximo ano, correrá pela equipe Sauber, o que representa o retorno de um piloto brasílio à Fórmula 1, um tanto que não acontecia desde 2017. Em 2024, o BRB começou a patrocinar a equipe franco-britânica BWT Alpine, pertencente à montadora francesa Renault.
O contrato de compra, ao qual o Estadão teve chegada, especifica a obtenção de 70 ingressos para o “lounge individual” F1 Paddock Club, ao valor de R$ 35,6 milénio cada. O Paddock Club é uma espaço vip, considerada uma das experiências mais exclusivas para observar a uma corrida de Fórmula 1, com visão privilegiada da pista. Além de música ao vivo e subida gastronomia, o Paddock Club oferecia chegada aos bastidores da corrida e encontros para fotos com personalidades da F-1. Além desses, o BRB adquiriu mais 40 ingressos para a espaço vip Interlagos Suites, com dispêndio unitário de R$ 17,65 milénio.
Em resposta a questionamentos do Estadão, a instituição afirmou que o investimento foi segmento de uma estratégia para “fortalecer a marca, fomentar negócios e ampliar relacionamentos com clientes”. No entanto, o BRB não detalhou quem foram todos os convidados para o evento, que incluiu políticos e clientes importantes, o que gerou críticas e uma representação junto ao Tribunal de Contas do Província Federalista (TC-DF).
Em nota, o BRB defendeu a compra dos ingressos uma vez que segmento de suas “ações de relacionamento”, afirmando que iniciativas uma vez que essa seguem a prática de outras instituições financeiras de grande porte e são essenciais para o propagação do banco, que hoje possui presença em 95% do território pátrio.
A instituição destacou que, desde 2019, o BRB expandiu sua carteira de clientes de pouco mais de 680 milénio para quase 8 milhões, com ativos totais de R$ 53 bilhões. “Ações de visibilidade uma vez que essa têm impacto positivo na marca da instituição, considerada uma das centena mais valorizadas do país. O GP do Brasil é o maior evento automotivo do país, e foram convidados grandes clientes e empregados premiados em campanhas internas”, pontuou o banco.
“A pergunta é: o BRB está realmente beneficiando a população do DF? Enquanto isso, milhares de servidores pagam juros abusivos e enfrentam dívidas crescentes”, questionou o deputado distrital Chico Vigilante (PT). Ele também pontuou que “se o banco tem moeda sobrando, que invista na instrução, com a reforma das escolas e a instalação de ar-condicionado. Quer investir no esporte? Que tal reformar o Abadião ou o Augustinho Lima?. Exigimos fiscalização rigorosa e atenção do presidente Paulo Henrique para evitar esses gastos. Um desrespeito à população”.
A senadora Leila Barros (PDT) também criticou o uso de recursos públicos para os camarotes. “É intolerável ver R$ 3,2 milhões de moeda público serem gastos com camarotes VIPs na F-1, enquanto áreas do DF sofrem com a falta de investimentos. Fortalecer a marca do BRB é concordar os brasilienses, investindo nas cidades e impulsionando nosso esporte lugar e clubes”, declarou a senadora nas redes sociais.
O Sindicato dos Bancários de Brasília entrou com uma representação no TCDF solicitando uma investigação sobre o caso. De contrato com o dirigente sindical, Daniel Oliveira, o sindicato questiona os critérios adotados pelo banco para repartir os ingressos e sugere que o repasse a agentes públicos podem configurar “uso indevido de recursos públicos em favor próprio”.
Balanço da política de patrocínios
De contrato com o Demonstrativo das Despesas com Propaganda, Publicidade, Publicações Legais e Patrocínios do 3° trimestre de 2024, divulgado no Quotidiano Solene do Província Federalista (DODF), nos primeiros nove meses de 2024, o BRB gastou R$ 84,960 milhões em patrocínios.
O valor totalidade previsto para patrocínios em 2024 foi de R$ 108,248 milhões. Entre janeiro e setembro, o BRB desembolsou R$ 84,960 milhões, enquanto suas subsidiárias — BRB Crédito, Financiamento e Investimento S.A. (BRB Financeira) e BRBCARD — destinaram juntas R$ 4,280 milhões para patrocínios no mesmo período. A BRB Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. (BRB DTVM) não registrou despesas com patrocínios até o momento. Com isso, o grupo BRB atingiu um totalidade de R$ 89,240 milhões em patrocínios até setembro de 2024.
O gasto do BRB exclusivamente com patrocínios de futebol nos primeiros nove meses de 2024 superou o totalidade investido em todos os tipos de patrocínio pelo Banpará e Banestes juntos em 2023. O Banestes, que obteve um lucro líquido de R$ 370,62 milhões em 2023, destinou R$ 6,21 milhões para patrocínios no ano, enquanto o Banpará, com lucro de R$ 281,13 milhões, investiu R$ 17,59 milhões.
Em contraste, o BRB, que registrou um prejuízo contábil de R$ 42,922 milhões no 1º trimestre de 2024 e ainda não divulgou os balanços do 2º e 3º trimestres, já desembolsou mais com patrocínios de futebol até setembro do que os dois bancos estaduais investiram juntos em todos os patrocínios ao longo de 2023.
Cobranças de transparência
“O BRB tem gasto com patrocínios milionários e a sociedade do DF não vê retorno”, disse ao Brasil de Veste DF, Daniel Oliveira. Ele destaca que no último balanço do 1º trimestre de 2024, o BRB registrou um prejuízo contábil de R$ 42,922 milhões e, mesmo assim, já gastou tapume de R$ 85 milhões com patrocínios até setembro deste ano.
“Esses recursos poderiam ser melhor utilizados em áreas que beneficiem diretamente os trabalhadores e a comunidade lugar. Na procura dessa gestão pela visibilidade pátrio/internacional e um público de subida renda, recursos importantes para a cultura do DF estão sendo retirados”, afirma o sindicalista.
Daniel ressalta que há vários problemas na publicação e transparência do Banco de Brasília. “A publicação dos valores destinados a patrocínios e eventos é alterada a cada publicação. O patrocínio do Flamengo, que não aparecia nessas publicações no ano pretérito, começou a constar oriente ano”. Aliás, o banco ainda não divulgou os balanços dos 2º e 3º trimestres, o que aumenta a suspicácia sobre a gestão dos recursos públicos.
Na opinião do diretor sindical, o banco deveria rever sua política de patrocínios. Segundo, ele, uma reforma nesse ponto poderia “ajudar a prometer que os fundos sejam direcionados para áreas que promovam um impacto positivo mais direto, uma vez que o atendimento às reivindicações dos funcionários, o esteio à cultura lugar e outras iniciativas que beneficiem a sociedade de maneira mais ampla”.
Nascente: BdF Província Federalista
Edição: Flávia Quirino