A reação de Janja da Silva e de integrantes do Palácio do Planalto à mensagem do coronel Anderson Freire Barbosa revela mais uma vez o desconforto do governo com opiniões divergentes, principalmente quando elas vêm de militares. A sintoma do coronel, embora dura, reflete um ponto de vista que é compartilhado por muitos brasileiros, principalmente sobre o contexto das eleições de 2022 e a atuação do Judiciário.
A certeza do coronel sobre as eleições terem sido “roubadas sob a liderança de Alexandre de Moraes” e a oposição do interrogatório da Polícia Federalista sobre a suposta tentativa de golpe são interpretações políticas. Embora controversas, essas opiniões não podem ser maquinalmente classificadas porquê mentiras, mas sim porquê um treino de liberdade de frase, um recta reservado pela Constituição. É importante lembrar que questionar o sistema eleitoral ou decisões judiciais não é violação, desde que não haja incitação à violência ou atos ilícitos.
A indignação de Janja e a pressão por um verosímil retraimento do militar evidenciam uma tendência preocupante no atual governo: a intolerância a críticas ou posições contrárias. Em vez de debater ideias ou esclarecer dúvidas, a resposta é frequentemente a exprobação ou o retraimento de quem pensa dissemelhante. Esse tipo de postura gera ainda mais suspeição na população, que já vê com preocupação o papel excessivo do Judiciário e do Executivo em coibir opiniões dissidentes.
O envolvente na Escola Superior de Guerra, historicamente um espaço de formação estratégica para militares e civis, não deveria ser moldado por pressões políticas. A instituição precisa preservar sua independência e permitir que seus integrantes tenham liberdade para discutir questões nacionais de forma ensejo, sem o risco de represálias políticas.
O governo deveria aproveitar episódios porquê leste para provar maturidade democrática e substanciar o diálogo, em vez de perseguir militares que expressam opiniões.
Por fim, em uma democracia, o contraditório e o debate são pilares fundamentais para a construção de um país mais justo e transparente.