Na manhã desta quarta-feira (31), Ismail Haniyeh (foto), líder do Hamas, foi morto no Irã, conforme informações divulgadas pelo grupo palestino e pelas autoridades iranianas. O incidente provocou ameaças de retaliação contra Israel em uma região já abalada pela guerra em Gaza e um crescente conflito no Líbano.
A Guarda Revolucionária do Irã confirmou a morte de Haniyeh, ocorrida poucas horas após sua participação na cerimônia de posse do novo presidente iraniano, e anunciou a abertura de uma investigação sobre o caso. Haniyeh, geralmente baseado no Catar, era uma figura proeminente na diplomacia internacional do Hamas, especialmente durante as negociações mediadas internacionalmente para estabelecer um cessar-fogo no enclave palestino.
O braço armado do Hamas declarou que o assassinato “levaria o conflito a novas dimensões e teria grandes repercussões”. O Irã decretou três dias de luto nacional e prometeu retaliar. O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, afirmou que Israel preparou o terreno para uma “punição severa” e que Teerã tinha o dever de vingar a morte de Haniyeh, ocorrida na capital iraniana. Forças iranianas já haviam realizado ataques diretos contra Israel no início da guerra de Gaza.
Até o momento, Israel não comentou nem assumiu responsabilidade pelo assassinato. O exército israelense informou que está avaliando a situação, mas não emitiu novas diretrizes de segurança para os civis. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deve se reunir com autoridades de segurança nesta quarta-feira (31) para discutir o ocorrido.
O assassinato de Haniyeh ocorreu menos de 24 horas após Israel alegar ter matado um comandante do Hezbollah, supostamente responsável por um ataque mortal nas Colinas de Golã. O Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que Israel não busca escalar o conflito, mas está preparado para todos os cenários. Em visita a uma bateria de defesa aérea, ele elogiou as forças que realizaram o ataque ao comandante do Hezbollah em Beirute.
O Catar, que juntamente com o Egito tem intermediado negociações para interromper os combates em Gaza, condenou o assassinato de Haniyeh, classificando-o como uma perigosa escalada do conflito. “Assassinatos políticos e ataques contínuos a civis em Gaza enquanto as negociações continuam nos levam a perguntar: como a mediação pode ter sucesso quando uma parte assassina o negociador do outro lado?”, escreveu o primeiro-ministro Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani no X.
Em resposta ao assassinato, Israel lançou uma ofensiva terrestre e aérea no enclave costeiro, resultando na morte de mais de 39.400 pessoas, segundo autoridades de saúde de Gaza, e agravando a crise humanitária enfrentada por mais de 2 milhões de habitantes da região. E mais: Governo bloqueia R$ 4,4 bi da ‘Saúde’ e R$ 2,1 bi das ‘Cidades’. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Reuters)
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