O ex-presidente chegou a tutorar que a PEC coloca o empregado contra o empresário e cobrou posicionamento por segmento do governo Lula. Bolsonaro chegou a sugerir uma contra-ofensiva, com uma PEC de “R$ 10 milénio de salário mínimo”.
“Eles têm de renascer das cinzas. Uma vez que? Jogando um contra o outro. Qual a maior volume do Brasil? Empregado contra patrão. Muita cautela. Não adianta fazer notinha em jornal, editorial, oração na internet, discuso na Câmara. Cada discuso é areia movediça”, destacou Bolsonaro.
O ex-presidente, portanto, trouxe para o debate o salário mínimo. “Já que o PT quer resolver na canetada, por que não resolver a questão do salário mínimo também? Por que não colocar na PEC R$ 10 milénio o salário mínimo? Vocês têm de provocar o encarregado do Executivo, que é da esquerda. Ele tem de se pronunciar sobre essa PEC. (…) Ele tem de ser o pai dessa rapaz e resolver a questão do salário mínimo. Jogar o abacaxi para ele resolver”, pontuou Bolsonaro.
Lula não citou expressamente o termo da 6×1, mas indicou a premência de reduzir a graduação de trabalho com os membros do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo. A cúpula do G20 ocorreu nesta semana no Rio de Janeiro.
“O neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias. O G20 precisa discutir uma série de medidas para reduzir o dispêndio de vida e promover jornadas de trabalho mais equilibradas”, indicou o petista.
Debate responsável
Entre os deputados do PL que assinaram a PEC estão Luiz Carlos Motta (PL-SP) e Fernando Rodolfo (PL-PE). O senador bolsonarista Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), apesar de não poder assinar a proposta que está na Câmara, se manifestou favoravelmente ao tema.
Fernando Rodolfo disse que conversou com o ex-presidente sobre a assinatura para tramitação da PEC e indicou que a oposição vai apresentar emendas para mudar alguns trechos da proposta.
“O que a sociedade espera de nós é que tenhamos a capacidade de colocar os interesses do povo supra dos interesses partidários, e foi isso que fiz. O ex-presidente Bolsonaro e eu temos uma óptimo relação, e expus a ele o meu pensamento sobre o tema. Inclusive ele não é contra que deputados do PL assinem a PEC”, explicou o deputado do PL por Pernambuco.
Fernando Rodolfo ressaltou que não acredita que a proposta avançe ainda nascente ano na Câmara dos Deputados, tendo em vista a proximidade com o termo do ano. “Precisamos encontrar caminhos para que essa eventual redução de jornada não venha a motivar prejuízos para a classe empresarial. Esse é o nosso duelo”, reforçou.
Por meio das redes sociais, o deputado Luiz Carlos Motta indicou que sempre se manifestou a saudação da redução da jornada de trabalho dos empregados, e saiu em resguardo da PEC.
“Vamos saber melhor a proposta, com o objetivo de iniciar um debate responsável sobre o tema”, escreveu. “A resguardo dos direitos dos trabalhadores continua sendo meu valor fundamental, sempre com saudação ao diálogo e ao entendimento de todos os setores.”
No Senado, Cleitinho Azevedo defendeu a proposta de Erika Hilton e comparou as atuais jornadas de trabalho dos políticos brasileiros e do cidadão geral.
“Nascente de riqueza é o trabalhador, é o empresário, é o empreendedor. Nascente de despesa, somos nós. Vocês são patrões, nós somos empregados”, ressaltou o senador.
Por se tratar de uma PEC, a material precisa ter a admissibilidade aceita na Percentagem de Constituição e Justiça (CCJ), que é presidida pela deputada Caroline De Toni (PL-SC). Depois, ter o préstimo discutido em uma percentagem próprio. No entanto, não há prazo definido para dar início à tramitação do texto.