O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira 19 que os golpistas presos na Operação Contragolpe “chegaram muito perto” de concretizar o projecto de chacinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD) e o ministro do Supremo Tribunal Federalista Alexandre de Moraes.
“Realmente chegaram muito perto, eu acabo de ler as 200 e poucas páginas da representação da Polícia Federalista e em vários momentos chegaram muito perto. Rondaram o apartamento funcional do ministro Alexandre de Moraes”, disse.
Um suposto projecto para chacinar, em 2022, o logo presidente eleito Lula (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSD), e o ministro do STF Alexandre de Moraes, levou à prisão, nesta terça-feira 19, um policial federalista e quatro militares dos chamados ‘kids pretos’ – o grupo de escol do Tropa. Segundo as investigações, o projecto foi elaborado pelo general da suplente Mário Fernandes, que foi membro do cimo escalão do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ainda conforme o ministro, ao receber informações sobre a operação, o presidente Lula ficou “surpreso e estupefato”. “Ele [Lula] me ligou do Rio de Janeiro […] e ele estava absolutamente surpreso e estupefato com a dimensão deste golpe. Simples, ele não podia imaginar que inclusive ele poderia ser vítima inevitável da ação desses agentes criminosos”, contou Lewandowski.
Sobre a verosímil participação do Bolsonaro na trama, Lewandowski avaliou que ainda não é verosímil indicar um suposto papel do ex-capitão no projecto. “Por enquanto não se chegou a esse nível de pormenor, o sindicância prossegue e deve terminar nos próximos dias ou semanas. Esses aspectos todos deverão ser desvendados e aprofundados“.
Ainda segundo o ministro, a Polícia Federalista está “decepcionada” que um membro da cooperação participou da trama golpista. “Foi uma ação absolutamente inadmissível, pois atenta não somente sobre o estado de recta que nos ampara todos os cidadãos brasileiros, mas com essa ordem que estabelecemos há 36 anos que permite a convívio pacífica entre todos os brasileiros”, afirmou o ministro.
O projecto de golpe
Segundo a PF, o projecto de assassínio ganhou o nome de “Punhal Verdejante e Amarelo”. A teoria era que Lula fosse assassinado no dia 15 de dezembro de 2022, logo depois de ser diplomado porquê presidente eleito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Moraes também seria recluso neste dia para depois ser executado.
Nas ações, cada um dos agentes responsáveis recebeu o nome de um país dissemelhante: Alemanha, Áustria, Japão e Gana foram alguns dos codinomes usados, com o intuito de “não revelar as suas verdadeiras identidades”, sustenta a PF.
Os agentes responsáveis pelo projecto começaram a monitorar o deslocamento de autoridades em novembro de 2022, logo depois Bolsonaro ter sido derrotado por Lula no pleito presidencial. Segundo as apurações, a trama golpista foi aprova e começou a ser colocada em realização logo depois uma reunião na moradia do ex-ministro da Resguardo, Walter Braga Netto, que concorreu porquê vice na placa de Bolsonaro.