Vale a pena ver de novo? Quem é fã de cinema sabe que a sequência de um filme quase nunca é melhor que o título original e, aparentemente, a política estadunidense está mostrando que esta regra vale para além do entretenimento. Prestes a dar início ao seu segundo procuração, Donald Trump dispensa o suspense e entrega um verdadeiro show de horrores ao indicar profissionais polêmicos e pouco qualificados para cargos de liderança.
Hegseth carrega no braço uma tatuagem Deus Vult, associada a supremacistas brancos e nacionalistas cristãos. Para aumentar a lista de polêmicas nas quais o provável Secretário da Resguardo Americana está envolvido, ele foi a um podcast e reforçou sua opinião de que mulheres não deveriam estar em combates.
Trump pode até concordar, mas selecionou uma mulher para comandar a Segurança Vernáculo: Kristi Noem é a escolhida para a chefia de Homeland Security. Com 52 anos, a governadora da Dakota do Sul vai responder pela integridade dos Estados Unidos, incluindo suas fronteiras, ameaças cibernéticas, terrorismo e resposta a emergências.
Noem terá ao seu lado o “czar das fronteiras”, Tom Homan, que pela segunda vez deixou sua aposentadoria a pedido de Trump. Padroeiro da deportação em volume, ele é um dos defensores da separação de famílias imigrantes uma vez que tática de persuasão. Homan foi um dos contribuidores do Projeto 2025, um projecto de governo ultraconservador – mas que Trump nega ter qualquer tipo de envolvimento.
O ultradireitista radical e senador da Florida Marco Rubio será secretário de Estado, missão equivalente ao de dirigente da diplomacia (ministro das Relações Exteriores). Ele já se disse favorável a trenar máxima pressão sobre a China, grande potência rival dos Estados Unidos, Irã, Venezuela e Cuba – país de onde sua família desertou.. Rubio também é fervoroso padroeiro de Israel e é favorável ao termo da guerra na Ucrânia.
A ex-democrata Tulsi Gabbard foi a escolhida pelo presidente eleito para ocupar o missão de Diretora de Perceptibilidade Vernáculo. Veterana militar, ela começou na política em 2002, aos 21 anos, no Havaí.
Ela anteriormente defendeu causas ligadas aos democratas, uma vez que assistência médica estatal, mensalidade universitária gratuita e controle de armas. Essas questões fizeram secção de sua corrida para a nomeação presidencial democrata, em 2020, da qual ela acabou desistindo e apoiando Joe Biden.
Em 2022, ela deixou o Partido Democrata e inicialmente se registrou uma vez que independente – acusando seu velho partido de ser uma “cabala elitista de belicistas” movida por “covardes”.
Se aprovada para o missão pelo Congresso dos EUA, Gabbard tem a missão de reger um orçamento de mais de US$ 70 bilhões (R$ 400 bi), supervisionando 18 agências de perceptibilidade, entre elas a CIA, o FBI e NSA.
Para chefiar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, Donald Trump não escolheu um médico ou observador – mas um jurisperito: Robert F. Kennedy Jr.. O herdeiro de uma das famílias mais importantes do país propôs inúmeras políticas destinadas a revisar a segurança cevar e as diretrizes ambientais, promover medicamentos holísticos e renovar o financiamento público para a pesquisa de vacinas.
A Escritório de Proteção Ambiental fica sob responsabilidade de Lee Zeldin, que deixou simples que derrubar regulamentações relacionadas ao meio-ambiente já no primeiro dia de trabalho.
O Procurador Universal indicado por trump é Matt Gaetz, figura controversa que, entre outras coisas, levou ao congresso um ativista de extrema direita negacionista do imolação.
A secção menos surpreendente e mais preocupante da lista dos indicados por Trump é a nomeação de Elon Musk e Vivek Ramaswamy uma vez que líderes do Departamento de Eficiência Governamental, um pintura com ambições ousadas de trinchar custos governamentais e renovar agências federais. O problema é que tanto Elon, uma vez que Vivek, são empresários bilionários, com grandes conflitos de interesse.
Para o observador político Mickey Huff, a participação dessas figuras em órgãos estatais é bastante preocupante. “O que a gente costuma ver sob governos neoliberais é a infiltração e a influência das agências regulatórias, que foram desenhadas para trabalhar em prol do interesse público, mas que acabam servindo o interesse de empresas privadas, de onde os reguladores vêm”, explica.
De indumento, sob a justificativa de trinchar custos, Elon Musk poderia extinguir, por exemplo, pastas ou iniciativas que fiscalizam o X (ex-Twitter), a Space X ou outras de duas empresas.
“John Kennedy disse, em 1958, que quem controlasse os novos meios de informação, controlaria a política Americana. E, puxa, uma vez que ele estava visível”, continua Huff.
E o Brasil com isso?
Repetindo o slogan de “fazer a América grande de novo”, Trump deve reprisar seu primeiro governo, focando mais no que acontece dentro de suas fronteiras do que fora delas. As relações internacionais serão pautadas pelos interesses econômicos estadunidenses – e isso deve, inevitavelmente, afetar Brasília.
Para proteger o resultado interno, o republicano prometeu produzir novas taxas ou sublevar as tarifas existentes para bens importados, cobrando mais, sobretudo, de produtos chineses. “Muita gente acha que o maior parceiro mercantil do Brasil é a China, mas isso é verdade somente para o agronegócio. Para as manufaturas, o maior cliente do Brasil é os EUA – daí a prestígio dessa relação mercantil”, explica o economista brasílio radicado em Novidade York, Bruno Corano.
Ainda de combinação com Corano, a diplomacia entre Brasília e Washington depende muito mais do governo brasílio e suas investidas.
O observador político Christian Lohbauer, concorda: “o Brasil não está entre as principais agendas internacionais dos Estados Unidos. Certamente eles estão mais interessados na Venezuela, Cuba e México, já que têm temas mais tensos e profundos com esses países”. Tendo em vista o perfil das lideranças de Brasília e Washington, Lohbauer acredita que a relação entre os países fique ainda mais distante, mesmo torcendo pelo contrário.
“Acho que o governo brasílio não vai se esforçar para fazer muita coisa, deixando a agenda Brasil-Estados Unidos mais tímida do que antes prevista, o que é uma pena. Deveria ser um dos objetivos principais do Brasil se aproximar dos EUA, mas ele não faz isso há muito tempo, praticamente o século 21 inteiro.”
Já o professor de estudos internacionais da Universidade de Oklahoma Fábio de Sá e Silva acha que a vitória de Trump abre caminho para o bolsonarismo e que isso pode ser uma natividade de tensão, já que os bolsonaristas podem pressionar para uma anistia a Jair Bolsonaro. No mais, Fábio de Sá acredita que o relacionamento entre os dois países passe pelo campo da geopolítica, no sentido de que as decisões estadunidenses provocam reações de outros países.
“Eu acho que o Trump vai comprar disputa com quase todo mundo”, aposta o docente, “o esteio que ele vai negar à Ucrânia e o que vai dar à Israel vão provocar reações de diversos países, muito uma vez que uma eventual investida dele contra Venezuela. O intervencionismo americano na região da América Latina é sempre mal visto”.
Diferentemente do seu primeiro procuração, Trump tem agora o partido republicano uma vez que maioria no Senado e na Morada dos Representantes, o que tira dele certas amarras políticas. “É provável que ele consiga ir mais longe nas suas ambições neste segundo vez, prevê o docente da Universidade de Oklahoma, “eu só não sei quantas frentes de desgaste ele vai conseguir perfurar e manter, simultaneamente”.
Sobre as pautas mais ambiciosas e duras, uma vez que a deportação em volume e os conflitos na Filete de Gaza, Fábio acredita que Trump queira mostrar serviço e gesticular aos seus eleitores, mesmo que não cumpra a cabo todas as promessas. “Deportar todos os imigrantes que estão no país sem documento, pelo que li, custaria quase US$ 1 trilhão, o que é inviável”, justifica. O republicano afirma, porém, que oriente projeto “não tem preço” e que vai ser posto em prática.
Mesmo com uma maior governabilidade, já que tem o Congresso ao seu lado, Trump deve redescobrir logo nas primeiras semanas de procuração que, no jogo político, querer não é poder. Sobre isso, Fábio de Sá evoca uma frase célebre: “O Zé Dirceu tinha uma frase em relação ao Bolsonaro, que ele falava ‘deixa ele sentar na cadeira, que a cadeira é quente; ela esquenta’. Governar é difícil mesmo”.
Edição: Rodrigo Durão Coelho