Um ato que reuniu muro de 400 pessoas paralisou por seis horas o transporte fluvial do rio Tapajós, região Oestes do Pará, pedindo o cancelamento do projeto da Ferrogrão, ferrovia que visa ampliar o escoamento da produção de grãos do Mato Grosso. A sintoma ocorreu no sábado (16) e fez secção do 7º Grito Ascendente do povo Tupinambá e reuniu povos Tupinambá, Munduruku, Arapiun, Kumaruara, Jaraqui, Tapajó, Tapuia, Apiaka, Kayapó, e de comunidades ribeirinhas do ordinário Tapajós e de Serra e Mangabal.
“Estão nos impedindo de pescar e matando o rio Tapajós para exportar soja para a China e para a Europa. Se a Ferrogrão for construída, a situação vai piorar ainda mais”, explica Raquel Tupinambá, coordenadora do Juízo Indígena Tupinambá do ordinário Tapajós Amazônia (CITUPI).
Por decisão do Supremo Tribunal Federalista (STF), a autorização da construção do trem está paragem e depende de um aval outorgado pela própria suprema galanteio.
O empreendimento está nos planos do governo federalista e visa aumentar e escoar a produção de soja e milho do centro-oeste do Brasil. De concórdia com estudos preliminares apresentados pelo Ministério dos Transportes, os quase milénio quilômetros de trilhos entre Sinop (MT) e Miritituba (PA) aumentariam o volume de exportação de grãos pelo rio em mais de 6 vezes até 2049.
O projeto é impulsionado por corporações porquê Amaggi, ADM, Bunge, Cargill e Dreyfus, além de produtores de soja e milho no Núcleo-Oeste brasiliano, que pretendem baratear a exportação grãos.
O trem cortará ao menos seis terras indígenas, onde vivem 2,6 milénio pessoas, além de 17 unidades de conservação.
Presente no ato, Raquel Tupinambá teme que para aumentar o trânsito e navegabilidade de balsas no rio sejam feitas obras de dragagem e explosão dos pedrais que são sagrados para os povos indígenas.
“A Ferrogrão vai aumentar o desmatamento para produzir mais soja e vai também aumentar a ruína do rio porque querem escavar o seu leito e explodir os pedrais, que são espaços importantíssimos para nós. A ferrovia vai aumentar os impactos do galeria logístico que já nos afeta, e até agora não fomos consultados”, denuncia
Um dos motivos do protesto foi propalar a petição que pede término ao projeto da Ferrogrão. A Associação contra a o projeto já reúne 39 movimentos e organizações da sociedade social.
O ato deste final de semana foi pensando para repercutir durante a COP 29, a Conferência da ONU sobre o Clima, que acontece até o dia 22 deste mês, no Azerbaijão. O evento conta com a presença do vice-presidente Geraldo Alckimin (PSB) e a ministra do Meio Envolvente, Marina Silva (Rede).
Edição: Nathallia Fonseca