Conservadores alegam que Judiciário acirrou clima, base governista tenta barrar anista e governador Caiado diz que falta pulso à gestão federalista
A explosão na Rossio dos Três Poderes nesta quarta-feira (13), que resultou em uma morte, gerou pena unânime entre lideranças políticas de diversas correntes ideológicas. Governadores, parlamentares e representantes de diferentes esferas do poder manifestaram repúdio ao ataque, reforçando a resguardo da democracia e da segurança institucional no país. No entanto, cada lado procurou empuxar para o outro a responsabilidade. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, recordaram o 8 de Janeiro e voltaram a falar em “resguardo da democracia”. Já os políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro disseram que oriente clima bélico é resultado de supostos desmandos do STF (Supremo Tribunal Federalista).
Dois dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federalista) mais visados pela oposição destacaram que o atentado é um exemplo do risco que o extremismo representa para o Estado de Recta. Tanto Alexandre de Moraes quanto Luís Roberto Barroso, que preside a Golpe, sinalizaram que não haverá licença de anistia para os envolvidos no 8 de Janeiro. “Nós não podemos ignorar o que ocorreu. Não é um indumento só do contexto, […] se iniciou lá detrás, quando o ‘gabinete do ódio’ começou a ressumar exposição de ódio contra as instituições, contra o STF, principalmente contra a autonomia do Judiciário”, disse Moares.
A frase revoltou os conservadores, que tentam emplacar no Congresso um projeto de lei que conceda anistia aos manifestantes presos pelo ato de 8 de Janeiro — e que deixa brecha para beneficiar Jair Bolsonaro, hoje inelegível. “Fico triste ao ver o ministro, já pela manhã, declarar que esse caso lastimoso seja fruto de gabinete do ódio”, rebateu Rogério Pelágico (PL-RN), líder da oposição no Senado. Com palavras mais duras, o pastor Silas Malafaia, figura de destaque entre apoiadores do ex-presidente, alegou que as decisões do magistrado em relação aos ao 8 de Janeiro ajudaram a acirrar os ânimos. Ele classificou o responsável do atentado, Francisco Wanderley Luiz, uma vez que um “lobo solitário”.
Também posicionado à direita, porém rompido com Bolsonaro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), virou os canhões para Lula. Em uma publicação no X, ele afirmou que o incidente reflete “um país à deriva” e criticou o governo por, segundo ele, “se omitir diante dos problemas mais graves” e ser “fraco e modorrento”. Em seu segundo mandado no Estado do Meio-Oeste, tenta viabilizar sua candidatura à Presidência em 2026.
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Já integrantes do governo federalista e aliados do presidente Lula bateram na tecla da resguardo da democracia, evocando o 8 de Janeiro. Eles também refutam a anistia para os manifestantes do 8 de Janeiro e responsabilizam a oposição pelo clima incomplacente no país. “No ataque à democracia, os ‘lobos’ nunca são solitários. Há, sempre, um ‘sibilo’ a encorajá-los. O que aconteceu ontem na Rossio dos Três Poderes foi mais um sinal de alerta de que, enquanto permanecerem esses ‘apitos’, a luta democrática não permite qualquer tipo de trégua”, manifestou-se Simone Tebet, ministra do Planejamento. Já Randolfe Rodrigues, líder do governo no Senado, pediu intolerância “à disseminação do ódio” e disse que “a resposta deve ser a Constituição, a lei e a união do povo”.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA