De quinta-feira (14) até terça (19), o Rio receberá o G20, o encontro das principais economias do planeta, pela primeira vez realizado no Brasil.
A capital fluminense foi a cidade escolhida para receber a Cúpula dos Líderes do G20, com os chefes de Estado, na segunda (18) e na terça (19), e também a intensa programação paralela: Cúpula do G20 Social, Urban 20 e Coligação Global Festival.
São aguardadas 55 delegações de 40 países e de 15 organismos internacionais. Entre os confirmados estão os presidentes de Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping.
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Mas o que é o G20? Quais países participam? O que ele define? Porquê serão os eventos? Qual o papel do Brasil? O g1 separou algumas questões sobre a cúpula.
É a abreviatura para “Grupo dos Vinte”, um “clube” de cooperação internacional, que discute iniciativas para promover melhorias econômicas, políticas e sociais nas nações que fazem segmento dele.
Esse “clube” negocia acordos ao longo do ano e os assina justamente no último dia da reunião de cúpula.
- África do Sul
- Alemanha
- Arábia Saudita
- Argentina
- Austrália
- Brasil
- Canadá
- China
- Coreia do Sul
- Estados Unidos
- França
- Índia
- Indonésia
- Itália
- Japão
- México
- Reino Uno
- Rússia
- Turquia
… mais a União Africana e a União Europeia.
Joe Biden, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, confirmaram presença. Vladimir Putin, da Rússia, avisou que não vem – deve ser representado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. Veja a lista completa de quem já confirmou ou afirmou que não vem.
O “clube” surgiu no termo da dezena de 1990, depois de uma crise financeira que começou na Ásia e abalou o mundo.
E foi justamente em outra crise econômica, a de 2008, que o grupo decidiu fazer reuniões periódicas entre os membros.
A que vai sobrevir no Rio de Janeiro é a 19ª.
Onde foram as outras cúpulas?
- 2008: Washington, Estados Unidos
- 2009: Londres, Reino Uno
- 2009: Pittsburgh, Estados Unidos
- 2010: Toronto, Canadá
- 2010: Seul, Coreia do Sul
- 2011: Cannes, França
- 2012, Los Cabos, México
- 2013: São Petersburgo, Rússia
- 2014: Brisbane, Austrália
- 2015: Antália, Turquia
- 2016: Hangzhou, China
- 2017: Hamburgo, Alemanha
- 2018: Buenos Aires, Argentina
- 2019: Osaka, Japão
- 2020: Riad, Arábia Saudita
- 2021: Roma, Itália
- 2022: Bali, Indonésia
- 2023: Novidade Déli, Índia
- 2024: Rio de Janeiro, Brasil
Por que o Rio foi escolhido uma vez que sede?
A presidência do G20 é rotativa e muda a cada ano. O Brasil foi escolhido para chefiar o “clube” em 2024 — e cabe ao país-líder organizar a cúpula e definir temas para discussão.
O que o Brasil vai propor?
Sob presidência do Brasil, o G20 transformou três temas em prioridade:
- combate à lazeira, à desigualdade e à pobreza (foi lançada a Coligação Global Contra a Rafa);
- enfrentamento às mudanças climáticas e por políticas de sustentabilidade e uma transição energética justa;
- uma novidade governança global, para que países emergentes tenham mais representatividade em órgãos uma vez que a Organização das Nações Unidas (ONU).
Depois de meses de negociações e incontáveis reuniões, os sherpas, que são os representantes dos chefes de estado, se encontram antes da cúpula para redigir a enunciação de líderes do G20 no Rio.
O documento que reúne as propostas do G20 sob a presidência brasileira também vai fazer referência aos conflitos mundiais – as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio – com um pedido de silêncio.
“Nós queremos combater a mudança do clima e reduzir ou expelir a lazeira no mundo, mas, para isso, é preciso silêncio, porque a guerra implica redirecionamento de recursos financeiros e vontade política e atenção política, eu diria, para as causas erradas, que são as causas da guerra. E o que nós queremos é, justamente, ter silêncio pra poder combater a mudança do clima e combater a lazeira”, afirma o legado Maurício Lyrio, o sherpa brasílico no G20.
Não, o “clube” não tem nenhum poder legislativo e não tem uma vez que impor obrigações. Mas os membros firmam compromissos de políticas econômicas, sociais e de governo.
“O G20, por ser uma organização não formal, ela não tem meios de verificação do cumprimento das metas estabelecidas entre os estados. Ele se sustenta na crédito de que os governos vão satisfazer aquilo que comprometeram naquela reunião. Só que isso é impactado por mudanças nos governos, às vezes os ciclos eleitorais trazem mudanças radicais, e isso vai impactar na implementação das medidas e dos acordos chegados no G20”, analisa Fernanda Brandão, coordenadora do curso de Relações Internacionais da Mackenzie Rio.
Onde serão os eventos do G20 no Rio?
A cúpula com os chefes de Estado foi marcada para os dias 18 e 19 e vai ser no Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, na profundidade da Glória. O espaço passou por uma reforma de R$ 40 milhões.
A Zona Portuária receberá os eventos paralelos.
Quais são os eventos paralelos?
De quinta-feira (14) a domingo (16), haverá três eventos paralelos do G20 (clique nos links para saber mais sobre cada evento):
- A Cúpula do G20 Social, que vai reunir cidadãos dos países do grupo, acontece entre os dias 14 e 16 nos armazéns do Porto Maravilha (veja a programação).
- No termo da tarde, a Coligação Global Festival leva à Rossio Mauá terá shows ao ar livre, abertos ao público — a expectativa é receber 40 milénio pessoas por dia. Estão confirmados artistas uma vez que Seu Jorge, Ney Matogrosso, Fafá de Belém, Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira, Alceu Valença, entre outros (veja a programação completa).
- A região também vai receber o Urban 20, ou U20, com prefeitos e representantes de mais de 60 cidades do mundo (mais sobre o U20)
Eu vou ter o ‘megaferiadão’?
Para facilitar o deslocamento das delegações, foi criado um grande feriado, a termo de “esvaziar” as ruas da cidade.
A “folga” — que não vale para todo mundo — começa na sexta-feira, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República; segue pelo termo de semana, no sábado (16) e domingo (17); avança pela segunda (18) e terça (19), dias determinados uma vez que feriados extraordinários devido à Cúpula, e se encerra no Dia da Consciência Negra (quarta, 20).
Não haverá expediente nos órgãos públicos, e os bancos também vão fechar — contas de consumo (uma vez que chuva, vigor e telefone) e carnês com vencimento no feriado poderão ser pagos sem acréscimo no 21 de novembro.
Unidades de saúde, a coleta de lixo e algumas indústrias não vão parar; transacção de rua, bares e restaurantes também poderão transfixar.
O feriadão será só na cidade do Rio.
O G20 vai fechar ruas?
Sim. Nos dias 17, 18 e 19, o Aterro do Flamengo estará bloqueado para o deslocamento das comitivas.
Outra mudança é a suspensão das áreas de lazer da orla nesses dias, mesmo sendo feriado, para escoar o trânsito.
O Aeroporto Santos Dumont vai fechar?
Sim. Por medida de segurança, as operações aéreas do Aeroporto Santos Dumont serão interrompidas nos dias 18 e 19, durante a Cúpula do G20.
Segundo o governo federalista, as operações comerciais programadas para o aeroporto medial do Rio serão redirecionadas para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), de entendimento com as diretrizes operacionais das companhias aéreas e a capacidade operacional daquele aeroporto.
A suspensão temporária dos voos foi necessária diante das restrições de mobilidade nas proximidades do Museu de Arte Moderna (MAM Rio), onde será realizada a Cúpula do G20, localizado a 550 metros do Santos Dumont.
O Rio terá GLO?
Sim, o decreto de Garantia da Lei e da Ordem, publicado na última sexta (8), será válido entre os dias 14 e 21 de novembro e cobrirá áreas específicas da cidade.
Militares do Tropa, da Marinha e da Aviação terão poder de polícia no que se refere à segurança das autoridades e comitivas presentes ao evento, nas seguintes regiões da cidade:
- As imediações do Museu de Arte Moderna, da Marina da Glória e do Monumento a Estácio de Sá, na região do Aterro do Flamengo e da Glória;
- o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, e o entorno dele, a partir da ingressão da Ilhéu do Governador, assim uma vez que as vias de entrada – Risca Vermelha e Risca Amarela
- os locais de hospedagem dos chefes de estado;
- as vias de circulação das autoridades, tanto nos deslocamentos para os hotéis, quanto para as reuniões;
- as águas da Baía de Guanabara nestas localidades.
Manancial/Créditos: G1
Créditos (Imagem de envoltório): Doto: Reprodução/Ilustração