Posteriormente vir à tona que pacientes foram infectados com uma bactéria depois cirurgias de catarata promovidas pela Prefeitura de Parelhas, Rio Grande do Setentrião, o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), Oswaldo F. Moura Brasil se pronunciou sobre o caso. Ele afirma que as infecções bacterianas em procedimentos oftalmológicos são uma “raridade” e frisou que os procedimentos são “extremamente seguros”.
– As cirurgias oftalmológicas são feitas com bastante frequência, são extremamente seguras e têm superior índice de satisfação. A infecção bacteriana é, realmente, uma raridade. São raríssimos os casos. Por isso que, quando eles aparecem, chamam tanto a atenção – declarou ao portal Metrópoles.
O profissional de saúde ainda afirmou que o incidente ocorrido em Parelhas deve ser investigado para verificar se houve “alguma lapso no processo”, mas voltou a ressaltar que tratam-se de episódios “realmente muito pouco frequentes”.
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ENTENDA
Um mutirão feito pela Prefeitura da cidade de Parelhas, no Rio Grande do Setentrião, para realizar cirurgias de catarata virou claro de apuração do Ministério Público e questionário social. Isso porque ao menos quinze pacientes foram infectados por uma bactéria depois passarem pelo procedimento, e oito deles tiveram que retirar o mundo ocular devido à infecção.
O mutirão foi realizado entre nos dias 27 e 28 de setembro na Maternidade Graciliano Lordão. No totalidade, foram feitas 48 cirurgias, mas exclusivamente as que ocorreram no dia 27 apresentaram contaminação.
Os primeiros sintomas de que havia alguma coisa incorrecto começaram a surgir entre 24h e 36h depois as cirurgias. Ao serem submetidos a exames, os pacientes foram diagnosticados com a bactéria Enterobacter cloacae, que representa um risco para pessoas com sistema imunológico grave e é resistente a diversos antibióticos.
Em razão do ocorrido, oito pessoas perderam o mundo ocular, e outras quatro precisaram ser submetidas a uma cirurgia complexa chamada vitrectomia. Esse procedimento consiste em remover o vítreo, um fluido gelatinoso e transparente que preenche a maior segmento do interno do mundo ocular e que mantém a forma do olho. Na cirurgia, esse fluido é substituído por um gás ou um líquido.
Além deles, outros três pacientes infectados estão sendo tratados em morada e já tiveram 80% da infecção solucionada, embora ainda não tenham voltado a enxergar.
Em nota, a Prefeitura de Parelhas disse ter disponibilizado assistência médica completa às vítimas, base psicológico a elas e suas famílias. No enviado, consta que as cirurgias foram feitas pela empresa Oculare Oftalmologia Avançada Ltda., contratada depois processo de licitação.
– Durante a atuação médica especializada em oftalmologia não possuímos registros de infecções em cirurgias realizadas em outras oportunidades. O oftalmologista responsável pelas cirurgias em Parelhas/RN possui em seu histórico mais de 2 milénio cirurgias realizadas com sucesso e satisfação – afirmaram.
A Oculare, por sua vez, disse lamentar o ocorrido e declarou que a gestão municipal está prestando atendimento contínuo de subida qualidade aos pacientes infectados. Também afirmou estar colaborando com as autoridades para “investigar e solucionar a situação o mais rapidamente verosímil”.
Os testes para verificar uma vez que e onde ocorreu a contaminação serão realizados pelo Laboratório Médio de Saúde Pública (LACEN), em todas as etapas do procedimento.
Créditos (Imagem de toga): Olhos (imagem ilustrativa) Foto: Amanda Dalbjorn / Unsplash
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