Em seguida a roteiro significativa que tiveram nas eleições deste ano, caciques dos partidos PSDB, PDT e Solidariedade planejam se reunir nas próximas semanas para discutir a possibilidade de formar uma federação partidária ou promover uma fusão entre as legendas.
A urgência desse movimento se deve à chamada cláusula de barreira, uma regra que exige que os partidos obtenham uma quantidade mínima de votos nas eleições para a Câmara dos Deputados, a término de prometer chegada ao fundo partidário e ao tempo de TV.
Essa cláusula, que entrou em vigor em 2017, já causou impactos em partidos menores nas eleições de 2018 e 2022. Agora, com os resultados de 2024, a regra pode afetar também algumas das mais tradicionais siglas da política brasileira.
O PSDB, que enfrenta uma crise há décadas, viu sua bancada federalista encolher para 13 deputados em 2022 e, nas eleições deste ano, perdeu quase metade de seus prefeitos, passando de 520 eleitos em 2020 para 269. O repto dos tucanos agora é sobreviver à cláusula de barreira, que exigirá ainda mais votos em 2026.
Paulinho da Força, presidente do Solidariedade e padroeiro de uma federação, também viu sua {sigla} ser impactada. Mesmo depois a incorporação do PROS, o partido elegeu unicamente 62 prefeituras, muito inferior das 135 que havia conquistado em 2020. Ele confirmou ao O Mundo que há conversas com o PSDB e o PDT para formar uma federação ampla, com até cinco partidos, com o objetivo de anunciá-la até novembro.
A cláusula de barreira já produziu efeitos significativos nas eleições municipais. Em 2020, 29 partidos elegeram prefeitos, enquanto neste ano, esse número caiu para 21. A tendência é esse número diminuir ainda mais nos próximos pleitos.
Antes das eleições de 2022, o PSDB já havia formado uma federação com o Cidadania, e o PT fez o mesmo com PCdoB e PV. O PSOL também se uniu à Rede, mas todas essas alianças enfrentam novos desafios para as eleições de 2026.
A cláusula de barreira de 2022 exigia que os partidos elegessem pelo menos 11 deputados federais ou conquistassem 2% dos votos válidos, com no mínimo 1% dos votos em nove estados. As federações conseguiram superar esse travanca, mas o cenário para 2026 será ainda mais difícil, com exigências mais altas.
Por outro lado, as fusões também podem não ser uma solução muito efetiva. Entre as duas últimas eleições municipais, oito partidos se fundiram em quatro, mas a maioria viu sua representação diminuir. Somente o União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, conseguiu um ligeiro propagação de 3%, mas as outras legendas perderam muitas prefeituras.
Apesar das dificuldades, os partidos acreditam que a única saída para superar a cláusula de barreira é continuar apostando nas federações. As negociações entre PSDB, Solidariedade e PDT começaram depois o PDT fechar conversas com o PSB.
No entanto, existe o receio de que uma legenda acabe dominando a outra dentro de uma federação, uma vez que ocorreu com PT, PCdoB e PV. Enquanto o PT cresceu, seus aliados perderam prefeituras. Situação semelhante foi observada na confederação entre PSDB e Cidadania.
Agora, pequenos partidos uma vez que PSOL e Rede enfrentam grandes desafios para sobreviver à cláusula de barreira em 2026. Ambos perderam prefeituras neste ano, o que pode dificultar ainda mais suas chances de manter representação significativa.
O deputado André Figueiredo, presidente do PDT, admite que o verosímil congraçamento com o PSDB é mais pragmático do que programático, e afirma que ainda é cedo para firmar qualquer decisão definitiva. Ele defende que as conversas sobre federações incluam uma discussão sobre a volta das coligações nas eleições proporcionais, o que ajudaria os partidos menores a sobreviverem.
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