Mesmo com a privatização do metrô de Belo Horizonte, realizada em dezembro de 2022, a maior secção dos recursos para a construção da traço 2 e a reforma da traço 1 vem dos cofres públicos. O projeto, que tem um dispêndio totalidade de R$ 3,7 bilhões, conta com investimentos significativos da União e do governo de Minas Gerais, correspondendo a quase 90% do valor totalidade.
O governo federalista investe R$ 3,2 bilhões, enquanto o governo estadual destina R$ 440 milhões. O montante estadual vem do conformidade de reparação firmado com a mineradora Vale, em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019.
André Veloso, integrante do movimento Tarifa Zero BH, diz ver a privatização do metrô porquê resultado de uma “chantagem do governo estadual” para justificar a transferência de um serviço necessário à iniciativa privada.
“Quem está realmente financiando a ampliação são o governo federalista e estadual. Isso reforça a teoria de que a ampliação de serviços públicos não precisa passar por privatização”, argumenta.
O profissional também critica o uso de recursos do Termo de Reparação de Brumadinho para a obra, uma vez que eles não beneficiam diretamente as comunidades atingidas pela tragédia, já que não são as principais usuárias do metrô.
Sindimetro denuncia precarização e falhas
Daniel Roble, diretor do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG), expressa preocupação com a falta de fiscalização do governo Zema na realização das obras e na prestação do serviço, que já demonstra sinais de precarização.
“Até hoje não foi criada uma escritório reguladora desse tipo de transporte, tanto para a realização das obras, porquê para a prestação de serviço para com os nossos usuários diários. Acompanhamos a precarização, a subtracção das viagens e o aumento da tarifa”, acrescenta.
Ou por outra, o sindicato denuncia alterações no projeto original, porquê a proposta da empresa Metrô BH de edificar uma via singela no trecho entre a estação Ferrugem e o Barroca, o que, segundo Roble, pode resultar em uma redução significativa da oferta de viagens e maior tempo de espera para os usuários.
O sindicalista também critica o uso de R$ 440 milhões do conformidade de reparação de Brumadinho para a obra de ampliação do metrô.
“É um contra-senso, porque o conformidade deveria ter sido feito para entregar um projeto social ou portanto um tanto que tivesse impacto positivo na vida das pessoas, e não para ser usado pela iniciativa privada sem o mínimo de fiscalização, sem o mínimo de esforço, e com a totalidade condescendência do governo do estado para a iniciativa privada transmudar recursos públicos em lucro”, critica.
Problemas trabalhistas e instabilidade para os empregados
O Sindimetro-MG denuncia ainda uma série de problemas relacionados à gestão do metrô sob a novidade licença, incluindo demissões coletivas. Em 2023, mais de 200 empregados foram desligados sem justa justificação e aqueles que continuam trabalhando sofrem com jornadas excessivas e cortes salariais.
Famílias são atingidas pelas obras e cobram respostas
No dia 16 de setembro, as obras da traço 2 do metrô começaram em meio a protestos e com a participação de representantes do governo do estado, parlamentares e da empresa responsável.
“O protesto ocorreu devido à falta de informação sobre as remoções. Temos buscado respostas com a Metrô BH e com o governo e, porquê não as tivemos, decidimos nos convocar para a sarau de inauguração, para a qual também não havíamos sido convidados”, relatou ao Brasil de Indumento MG a moradora do bairro Vista Prazenteiro, Polliane Cristina Furtado.
Em audiência pública na Plenário Legislativa de Minas Gerais (ALMG), famílias atingidas pela expansão do metrô de Belo Horizonte reivindicaram um diálogo simples sobre o cronograma de remoções, provocadas pela realização das obras. Os moradores reclamam da falta de transparência e de notícia da concessionária do transporte.
A audiência, realizada na terça-feira (17), ocorreu a pedido da deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) e foi o primeiro espaço de diálogo “rostro a rostro” das famílias com o poder legislativo, o governo de Minas Gerais e a empresa detentora da licença.
Um dos encaminhamentos da reunião foi o estabelecimento de uma mesa de diálogo, com a participação das famílias e do Ministério das Cidades.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a Metrô BH informou, em nota, que o Contrato de Licença pediu que algumas medidas fossem adotadas para compatibilização da instalação e operação da via permanente, entre as Estações Ferrugem e Barroca, em geral conformidade com a atual permissionária do trecho, a MRS Logística.
Em relação às famílias atingidas, a empresa reforçou que mantém reuniões periódicas com os moradores e, nesses encontros, são repassadas informações sobre o curso do processo. Dois pontos de atendimento social com agendamento prévio também foram instalados próximos às principais áreas que serão desocupadas, segundo a concessionária.
O Brasil de Indumento MG também entrou em contato com o Governo de Minas para comentar as denúncias e aguarda respostas. A reportagem será atualizada quando houver posicionamento.
Natividade: BdF Minas Gerais
Edição: Ana Carolina Vasconcelos
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