O debate da TV Record foi o primeiro dos nove encontros já realizados entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo (SP) sem brigas. O tom mais sereno permitiu que holofotes se voltassem para a gestão de Ricardo Nunes (MDB), que foi níveo de acusações e contradições apontaram pelos outros candidatos.
No primeiro conjunto, Pablo Marçal (PRTB) citou a investigação da Polícia Federalista (PF) sobre o que ficou divulgado uma vez que “Máfia das Creches” em São Paulo. A PF apura se Ricardo Nunes recebeu repasses ilegais de uma empresa que emitia nota sem prestar serviços para creches paulistanas, mas que cuidava da segmento contábil de algumas organizações sociais conveniadas pela prefeitura para governar creches.
“Existe em curso uma investigação da Polícia Federalista em relação ao meandro de merenda. Esse meandro de merenda, não quero ser injusto com você, mas é uma vez que eu estou acompanhando muito a muito próximo… Existem lá pagamentos no seu nome, pagamentos no nome de familiar, e eu queria que você desse explicação”, disse Marçal. Em outro momento, o ex-coach classificou Nunes uma vez que “o pior prefeito da história” com relação à instrução. “Ele não foi humilde para mostrar onde ele errou.”
Em resposta, Nunes afirmou que “sua vida é limpa”. “Eu nunca tive um indiciamento, nunca tive uma pena e não terei, porque o meu pretérito é um pretérito honrado, o meu presente é um presente honrado e o meu horizonte continuará honrado”, disse o prefeito.
Depois, a candidata Marina Helena (Novo) citou uma reportagem publicada pelo Intercept Brasil, nesta sexta-feira (27), com denúncias contra a campanha de Nunes. De concordância com o veículo, foram pagos R$ 637 milénio a uma locadora de veículos que possui somente um carruagem e cuja sede está localizada em uma lar da zona sul de São Paulo que não tem nenhum veículo.
“Essa semana saiu uma denúncia de que você, na campanha, gastou R$ 630 milénio no aluguel de 12 carros de uma empresa estranha. (…) Eu queria que você explicasse isso para os eleitores, uma vez que foi usado esse recurso dos nossos impostos?”, questionou a candidata. Em resposta, Nunes foi breve e disse que “não existe qualquer tipo de coisa errada, uma vez que sempre foi a minha vida e sempre vai continuar sendo”.
Em outro momento, Guilherme Boulos (Psol) relembrou a fala do candidato à vice de Ricardo Nunes, o coronel Ricardo Mello Araújo, sobre tratamentos diferentes da polícia nos bairros de São Paulo.
“Ele disse que o morador da periferia tem que ser tratado pior que o morador do Jardins. É exatamente isso que você está ouvindo. Você que é do Capão, de M’Boi Mirim, de Perus, de Parelheiros, do Itaim Paulista, de Itaquera, do Jardim Helena, Lajeado, Guaianases, São Mateus, na cabeça do vice do Ricardo Nunes, você tem que ser tratado pior do que quem mora num bairro rico de São Paulo”, disse o psolista.
A enunciação de Mello Araújo foi feita durante uma entrevista ao UOL, no qual Mello Araújo, enquanto comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), afirmou que a abordagem policial nos Jardins, região superior de São Paulo, tem de ser dissemelhante daquela realizada na periferia.
“É uma outra verdade. São pessoas diferentes que transitam por lá. A forma dele abordar tem que ser dissemelhante. Se ele [policial] for abordar uma pessoa [na periferia], da mesma forma que ele for abordar uma pessoa cá nos Jardins [região nobre de São Paulo], ele vai ter dificuldade. Ele não vai ser respeitado”, disse Araújo na ocasião, em 2017.
“Da mesma forma, se eu coloco um [policial] da periferia para mourejar, falar com a mesma forma, com a mesma linguagem que uma pessoa da periferia fala cá nos Jardins, ele pode estar sendo grosseiro com uma pessoa dos Jardins que está ali, andando”, complementou o portanto superintendente da Rota.
Boulos também relembrou o apagão em São Paulo que durou murado de uma semana em novembro do ano pretérito, em seguida falhas no aprovisionamento de pujança pela Enel, concessionária que administra o serviço na cidade. Em março deste ano, a região médio voltou a permanecer sem pujança, desta vez por cinco dias.
“Em 5 de novembro do ano pretérito, São Paulo estava vivendo o pior apagão da nossa história. Onde mais precisava de um prefeito, o Ricardo Nunes estava no torrinha da UFC. Depois, no dia seguinte, no torrinha da Fórmula 1, enquanto você sofria”, disse Boulos. “Um prefeito que não tem condolência, que não é capaz de sentir no fundo da psique a dor, não pode ser prefeito, ainda mais de São Paulo. Ali Nunes você deixou simples é que você não tem compromisso com o povo de São Paulo.”
Nunes explicou que enviou um pedido ao Tribunal de Contas da União (TCU) solicitando a rescisão do contrato de licença da Enel. No ofício entregue ao presidente do TCU, o ministro Bruno Dantas, em fevereiro deste ano, Nunes detalha as falhas na prestação de serviços pela empresa.
No último conjunto, Datena foi questionado por Marçal, numa dobradinha inesperada entre ambos, sobre qual é o “pior” prefeito da história de São Paulo. “Ricardo, na verdade, me perdoe. Nós tivemos vários embates, principalmente no campo do jornalismo. Dentro de todos esses embates, eu sempre coloquei a minha posição em relação à gestão dele e não poderia voltar detrás. O Ricardo não cumpriu, infelizmente, nem 50% do que o Bruno prometeu”, disse Datena.
Boulos também foi níveo
Em outros momentos, Boulos também foi níveo de acusações por segmento de seus adversários. A candidata Tabata Amaral (PSB) afirmou que o psolista “abriu mão de muitos posicionamentos históricos” que Boulos e o seu partido “defenderam veementemente”.
“Você dizia que era em prol da descriminalização das drogas. Agora é contra. Dizia que era em prol da legalização do monstro. Agora diz que defende a lei do jeito que está. Nessa semana, exatamente, mudou sua posição em relação à Venezuela e diz agora, finalmente, que é uma ditadura. Mas o seu partido mantém essas mesmas posições. Isso gera um questionamento para as pessoas: uma vez que é que você vai governar com o seu partido contra?”, questionou a deputada federalista.
Em resposta, Boulos lamentou o surgimento de questões “que não procedem com a verdade”. “Quando você se torna prefeito de uma cidade, ainda mais de uma cidade do tamanho de São Paulo, você não governa só para o seu partido, você governa para a cidade inteira”, disse o candidato em sua réplica.
Marina Helena também utilizou seu tempo para falar do tempo em que o candidato do Psol foi uma das lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
“O movimento que foi responsável por invasão de propriedade privadas. Mas não só isso. Você também invadiu prédios públicos. Você invadiu e quebrou e depredou um ministério. Você invadiu secretarias cá em São Paulo”, disse Helena.
“Esses movimentos nunca foram para dar moradia para as pessoas. Esses movimentos existem pela procura pelo poder. Eles invadem e depois cobram aluguel de quem está morando ali”, disse Marina Helena sem apresentar provas. Em reação, Boulos afirmou que é “inacreditável que tem alguém que venha para o debate só para mentir, inventar e estrebuchar de maneira despropositada”.
Edição: Rodrigo Chagas
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