Mais da metade da população argentina, ou 52,9%, se encontra atualmente inferior da risca da pobreza, informou nesta quinta-feira (26) o instituto de estatísticas do país, o Indec. A zero representa aumento de 11,2 pontos percentuais em relação ao primeiro semestre de 2023.
Na primeira metade do ano, que coincidiu com os primeiros meses da poderoso política de ajustes do presidente de extrema direita Javier Milei, a indigência também aumentou 6,2 pontos, figurando em torno de 18,1% no país de 47 milhões de habitantes.
O Indec calcula a pobreza comparando a renda dos lares com o dispêndio de uma cesta básica completa, que inclui provisões e outros bens e serviços, porquê roupas e transporte. No primeiro semestre, a cesta custava murado de US$ 240 dólares (R$ 1.306 reais).
O PIB da Argentina caiu 1,7% no segundo trimestre deste ano em conferência com o trimestre anterior, aprofundando a recessão econômica. O país também tem uma das inflações mais altas do mundo, de 236,7% em 12 meses até agosto.
Cultura
Milei assumiu a presidência argentina em dezembro prometendo trinchar gastos drasticamente. Para o cinema, o golpe impactou o instituto que o fomenta, o INCAA, com um incisão que se traduziu na suspensão de programas de espeque e na deposição de funcionários, o que virtualmente o deixou paralisado.
A situação é muito criticada por representantes da indústria cinematográfica, tanto dentro do país quanto no exterior, porquê no Festival de Cannes, em maio, e no de San Sebastián, esta semana.
“É uma situação extrema porquê nunca vivemos (…), não só para o cinema, mas para a sobrevivência de um monte de pessoas na Argentina, que são empurradas por nascente governo a viver inferior do limite da pobreza”, ressaltou a cineasta Lola Arias.
“Tem sido muito brutal porque o Governo de Milei (…) foi destruindo tudo, destruindo todas as políticas públicas em relação às universidades públicas, desfinanciando os hospitais públicos e desfinanciando a cultura”, prosseguiu a diretora.
*Com AFP
Edição: Rodrigo Durão Coelho
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