O Banco Mediano da China anunciou, na terça-feira (24), um conjunto de medidas inéditas desde o termo da pandemia de Covid-19, com o objetivo de impulsionar o consumo e dar suporte ao mercado imobiliário, que enfrenta desafios desde a crise sanitária.
Mesmo depois mais de um ano e meio desde o termo das restrições que afetaram a economia chinesa, a esperada recuperação pós-Covid foi curta e menos intensa do que o previsto. O país ainda lida com uma crise no setor imobiliário, sobranceiro desemprego entre os jovens e a retração do consumo familiar, além da prenúncio de deflação.
O governo chinês projeta um incremento de tapume de 5% no PIB em 2024, meta que muitos economistas veem uma vez que ambiciosa, oferecido o cenário atual de dificuldades.
Pequim irá reduzir o Índice de Reservas Obrigatórias (RRR) dos bancos, além de ajustar suas taxas diretoras, conforme anunciou Pan Gongsheng, governador do Banco Mediano, durante uma coletiva de prensa na capital.
O RRR determina a proporção de depósitos que os bancos devem manter em suplente. Sua subtracção permitirá que os bancos liberem mais crédito para empresas, visando concordar a economia real.
“A taxa de suplente obrigatória será reduzida em 0,5 ponto percentual em breve, liberando aproximadamente 1 bilhão de yuans (R$ 778 bilhões) em liquidez de longo prazo para os mercados financeiros”, afirmou Pan.
A China também irá “reduzir as taxas de juros dos empréstimos hipotecários existentes” no setor imobiliário, uma medida que deve “beneficiar 50 milhões de famílias e 150 milhões de pessoas”. A queda nas taxas de financiamento imobiliário pretende “incentivar o consumo e o investimento”, acrescentou Pan Gongsheng.
As bolsas chinesas reagiram de forma positiva às medidas anunciadas. No fechamento do mercado, Hong Kong subiu 4,13%, Xangai 4,15% e Shenzhen 3,95%. No entanto, os economistas mantêm um otimismo cauto.
“É um passo na direção certa, mas provavelmente será insuficiente”, resumiu o comentador Julian Evans-Pritchard, da consultoria Capital Economics.
Raymond Yeung, do banco ANZ, compartilhou da mesma opinião, afirmando que “as medidas anunciadas hoje estão longe de ser o projecto de mega-recuperação” recomendado por vários especialistas.
Para Yeung, “a China parece ter tombado numa embuste de liquidez”, o que limita o impacto na economia. Ele destacou a urgência de uma política fiscal “mais robusta” para impulsionar a demanda.
Para atrair mais capital e estabilizar os mercados sob pressão, o Banco Mediano da China anunciou, na terça-feira, a geração de um fundo de 500 bilhões de yuans (R$ 390 bilhões). O fundo permitirá que empresas cotadas e seguradoras comprem ações nos mercados, incentivando investimentos e, consequentemente, ajudando a revitalizar a economia.
O setor de habitação e construção, que historicamente representou mais de um quarto do PIB chinês, vem enfrentando dificuldades desde 2020. Pequim endureceu as condições de chegada ao crédito para promotores imobiliários, levando grandes empresas uma vez que Evergrande e Country Garden à ourela da falência, enquanto a desvalorização dos imóveis desencoraja os chineses de investir no setor.
Nos últimos meses, o governo chinês intensificou as medidas de incitamento. Em maio, reduziu o valor necessário para a compra da primeira morada e propôs que as autoridades locais recomprassem imóveis que não foram vendidos ou entregues.
Na terça-feira, foi anunciada uma novidade redução da tributo mínima, agora também válida para a compra de uma segunda residência.
A crise no setor imobiliário tem privado as autoridades locais de uma significativa manadeira de receita, e a dívida desses governos chegou a US$ 5,6 bilhões (R$ 30,5 bilhões), conforme dados do governo medial, que está preocupado com a segurança da economia chinesa.
Pequim “cooperará ativamente na solução dos riscos ligados ao setor imobiliário e à dívida do governo sítio”, afirmou Li Yunze, diretor da Gestão Mediano de Regulação Financeira, ao lado do presidente do Banco Mediano.
A crescente dívida pública é vista uma vez que um dos “riscos” que ameaçam a economia, reconheceram as autoridades chinesas em julho.
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