Em entrevista ao Estadão, a atriz Betty Faria, de 83 anos, demonstrou preocupação com a repercussão de suas opiniões políticas. Na novidade romance das sete da TV Mundo, Volta Por Cima, escrita por Claudia Souto, Betty dará vida a Belissa, uma socialite falida que tenta manter as aparências ao lado dos irmãos Joyce (Drica Moraes) e Gigi (Rodrigo Fagundes). A trama marca o retorno de Betty à televisão.
Durante a conversa, a atriz abordou o incômodo com o que chamou de “exprobação das palavras” e relembrou personagens icônicos de sua curso, uma vez que Lazinha Chave de Ergástulo, da romance O Espigão (1974), e Tieta (1989). Betty elogiou a romance por trazer atores pretos uma vez que protagonistas, classificando a escolha uma vez que uma “ousadia” da produção.
Ao refletir sobre o presente, Betty comentou: “Sou muito encantada pelo presente, mas também muito apavorada por ele. Minha família ficou atemorizada quando soube que eu iria dar uma entrevista. Estou proibida de falar sobre política. Eu disse que iria falar sobre a minha personagem, mas da vida também, não é? E uma vez que não falar da vida e não manifestar que estamos vivendo uma exprobação louca, uma exprobação das palavras? Você não pode falar zero que ‘colheita’.”
Veja aquém alguns trechos da entrevista e clique AQUI para ver na íntegra.
Recentemente, a senhora disse que é “encantada pelo presente”. Estar em cena faz a senhora estar conectada com ele?
Sou muito encantada pelo presente, mas também muito apavorada por ele. Minha família ficou atemorizada quando soube que eu iria dar uma entrevista. Estou proibida de falar sobre política. Eu disse que iria falar sobre a minha personagem, mas da vida também, não é? E uma vez que não falar da vida e não manifestar que estamos vivendo uma exprobação louca, uma exprobação das palavras? Você não pode falar zero que ‘colheita’.
Isso incomoda, certamente…
Evidente! Uma pessoa que trabalha com os meios de notícia, assim uma vez que eu, tem a obrigação de conversar esse tipo de situação.
De que maneira a senhora se sente censurada?
Me chame de você… Politicamente. Não posso dar minhas opiniões porque as pessoas ‘batem’ em mim… Não posso (falar).
Ok. Logo, vamos falar sobre a romance…
Vamos. Mas, vivemos uma ditadura. E eu vivi a ditadura (militar, 1964-1985) seriamente, ativamente. E a exprobação. E, antes de termos nossas obras censuradas, já éramos perseguidos politicamente. Atualmente, vivemos a ditadura da hipocrisia e das palavras. Não posso dar minha opinião. Que loucura!
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