Na semana em que a cidade de São Paulo (SP) apareceu com a pior qualidade do ar entre as grandes cidades no ranqueamento feito pelo site suiço IQAir, as cidade de Lahore, no Paquistão e Kampala, capital de Uganda, também figuravam entre metrópoles com condições ruins.
Se no Brasil as queimadas provocadas pelo agronegócio em diferentes estados, com destaque para o interno de São Paulo, tiveram influência direta nesse resultado, cenários semelhantes foram verificados em Lahore e Kampala. Nesta sexta-feira (20), quando São Paulo aparece na 21ª posição do ranking, Lahore permanece porquê a terceira cidade com a pior qualidade do ar e Kampala figura na 11ª. O Brasil de Indumento conversou com ambientalistas desses dois países.
Paquistão
Farooq Tariq, secretário-geral do Comitê Kissan Rabita do Paquistão e membro da Via Campesina aponta uma relação direta entre a fumaça provocada pelos incêndios e a qualidade do ar no Paquistão e, particularmente, em sua maior província, Punjab.
“Isso se deve ao vestuário de os agricultores se envolverem na prática de queimar sobras depois a colheita, principalmente de arroz, semelhante às práticas observadas em outras partes do sul da Ásia. A fumaça das queimadas piora significativamente a qualidade do ar ao liberar grandes quantidades de material particulado (PM2,5) e outros poluentes, resultando na deterioração da qualidade do ar. Em áreas porquê Khyber Pakhtunkhwa (KP) e Azad Jammu e Caxemira, o aumento da frequência de incêndios florestais, possivelmente devido às mudanças climáticas e à má gestão, também contribuiu para a piora da qualidade do ar.”, relatou ao Brasil de Indumento.
Com base em observações de campo e estudos publicados sobre o tema, Tariq aponta que além da queima agrícola, outros fatores contribuem para a situação verificada em Lahore, segunda maior cidade do país.
“É importante observar que a cidade e, em grande secção, toda a província de Punjab foi gradualmente transformada em uma zona de megaestruturas. Outrora famosa por sua lavoura de primeira risco, a província e sua capital, Lahore, têm visto a implacável estatização de terras agrícolas, resultando na ruína da vegetação, na gentrificação, na perda de terras férteis para empresas comerciais e no galanteio maciço de árvores. Lembre-se também de que o parque de usinas de carvão do Paquistão deu um salto nas últimas décadas, resultando na queima de carvão de pior qualidade nessas usinas e na consequente deterioração da qualidade do ar.”
Em dezembro de 2023, o governo provincial de Punjab começou a utilizar chuva sintético para combater acúmulo de poluição do ar que afeta a saúde da população, o que não impediu que a cidade continue a figurar entre as piores qualidades do ar no mundo. Apesar de o governo de Punjab ter adotado medidas para combater a queima dos sobras de plantação depois a colheita, com a proibição dessa prática e imposição de multas, Tariq aponta que a fiscalização tem sido ineficaz em relação a essa prática. “É necessário promover alternativas sustentáveis, porquê o uso de tecnologia para limpar os campos ou incentivar os agricultores a adotar práticas mais ecológicas.”, defende.
Uganda
Jackson Mohindo, coordenador de Resiliência e Justiça Climática de Uganda, aponta que a capital do país enfrenta desafios significativos em relação à poluição atmosférica com impactos na saúde pública, no meio envolvente e na qualidade de vida da população.
“Os pesquisadores confirmam que, de vestuário, a poluição é excessiva na cidade de Kampala, uma das mais poluídas de Uganda. Em termos de poluentes, a material particulada aparece entre os principais, mas também o dióxido de nitrogênio, o dióxido de súlfur, o dióxido de carbono e outros compostos orgânicos voláteis são responsáveis pela poluição em Kampala. Os relatórios de monitoramento da qualidade do ar confirmam isso, assim porquê a Mando Vernáculo de Gestão Ambiental.”
Uma consequência direta tem sido o aumento das doenças respiratórias entre a população, aponta Mohindo.
“As doenças respiratórias porquê asma e bronquite estão aumentando muito. Há doenças cardiovasculares que foram relatadas nos principais hospitais da cidade de Kampala e estão associadas à poluição. Mas também há danos meteorológicos e degradação ambiental.”
O coordenador da Oxfam aponta que o uso de automóveis e a exploração de carvão e lenha são os principais fatores. “Em Kampala, as fontes de poluição atmosférica são principalmente os veículos, porque são muito antigos, mas também com uma manutenção deficiente. Outra justificação pode estar associada à extração de biomassa, mormente carvão vegetal e lenha, que acontece em larga graduação na região metropolitana de Kampala.”
Também figuram entre as causas da poluição atmosférica da capital, as atividades da indústria de cimento, aço e a indústria de transformação, as queimadas a firmamento acessível e a gestão de resíduos na capital do país. “O recente deslizamento de lixo em Kitezi, que matou muitas pessoas, é um dos exemplos que eu poderia dar”, aponta Mohindo.
Pelo menos 26 pessoas morreram depois o deslizamento de um enorme aterro sanitário em Kampala, em agosto deste ano.Segundo a prelo sítio, casas, pessoas e animais de rancho ficaram enterrados sob montanhas de lixo depois leste deslizamento, provocado pelas fortes chuvas no início de sábado.
Um projecto de melhoria da qualidade do ar da cidade de Kampala foi elaborado em 2019, mas sua implementação esbarra na falta de recursos, problema que também afeta a regulamentação de gestão de resíduos, segundo o coordenador da Oxfam. Outras medidas, porém, começam a tomar corpo no país, porquê a implementação de normas para a emissão de gases por secção dos veículos, a adoção de um padrão para a sua importação e a geração de espaços verdes e de florestas urbanas ao volta da capital.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
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