A Polícia Federalista indiciou os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) por supostamente terem recebido propina para beneficiar a Hypermarcas (atualmente Hypera Farma) em votações no Senado. A reportagem é do G1.
A investigação teve origem em desdobramentos da Lava Jato e foi concluída com o envio do relatório final ao Supremo Tribunal Federalista (STF) em agosto deste ano, sob a relatoria do ministro Edson Fachin.
O caso corre sob sigilo, mas a desfecho da PF foi divulgada nesta sexta-feira (20) pelo portal UOL e confirmada pela TV Mundo. A investigação sugere que os políticos do MDB teriam recebido muro de R$ 20 milhões da Hypermarcas em troca de facilidades em votações e indicações de interesse da empresa no Congresso, entre 2014 e 2015, incluindo um projeto sobre incentivos fiscais.
O indiciamento pela PF ocorre quando a investigação identifica indícios suficientes de violação, associando os delitos a determinadas pessoas. O relatório foi guiado à Procuradoria-Universal da República (PGR), que poderá deliberar entre apresentar uma denúncia ao STF ou pedir o arquivamento do caso. Se a denúncia for aceita pelo Supremo, os investigados se tornarão réus no processo.
Renan Calheiros e Eduardo Braga, por ainda ocuparem cargos no Senado, têm recta ao mensalidade privilegiado, o que garante que o interrogatório siga tramitando no STF. Já Romero Jucá, sem procuração, pode ter seu caso remetido à Justiça Federalista em primeira instância, no Região Federalista.
A resguardo de Romero Jucá contestou o indiciamento, alegando que a querela se baseia unicamente em delações premiadas e destacando que o ex-senador colaborou integralmente com as investigações. Eduardo Braga também criticou a decisão, classificando o indiciamento uma vez que “ilações absurdas” e manifestou crédito no arquivamento do interrogatório. Até o momento, Renan Calheiros e a Hypermarcas não se pronunciaram sobre o caso.
Em setembro de 2020, o ministro Fachin homologou as delações premiadas de executivos da Hypermarcas, firmadas com a PGR. Esses depoimentos foram cruciais para a investigação, pois três das quatro colaborações foram validadas no contextura da Lava Jato.
Além dos repasses milionários, o relatório da PF aponta que Renan Calheiros teria indicado um nome para a diretoria da Anvisa, com o objetivo de proporcionar os interesses da Hypermarcas junto à escritório reguladora. E mais: Com voto de Moraes, STF confirma denúncia contra André Janones por ofensas a Bolsonaro. Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Senado; Natividade: G1)
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