O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terreno (MST) intensificou as conversas com ministros e com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para impulsionar a agenda de reforma agrária. Conforme nota divulgada em seu site solene, o MST destaca que “há uma série de demandas acumuladas ao longo de gestões anteriores, que envolvem desde a falta de orçamento e investimentos em agroindústria, passando pela solução de conflitos de terreno e chegando à regularização de famílias que aguardam há décadas por seus assentamentos”.
Segundo o movimento, muro de 100 milénio famílias estão na fileira para o assentamento definitivo, e o MST critica o que labareda de “paralisia” da gestão Lula 3 em relação à reforma agrária. “É um cenário bastante difícil porque já estamos com um ano e meio de governo e não tivemos nenhuma família assentada, nenhuma terreno foi decretada. Isso é extremamente grave”, afirma Sílvio Netto, membro da direção pátrio do MST.
Nas discussões com o governo, o MST defende a rápida regularização dos chamados “territórios simbólicos”, que “têm relevância histórica ou grande potencial produtivo para a lavradio familiar e provisões saudáveis”.
Assim, Ceres Hadich, da liderança do movimento em Brasília, acredita que há condições de prosseguir nesse processo. “Nossa expectativa é que possamos progredir de forma significativa na solução desse passivo, que já é bastante idoso e envolve as famílias acampadas à espera da regularização das áreas de reforma agrária”, disse.
Hadich também destaca que a regularização, ‘além de evitar conflitos fundiários’, permitirá o desenvolvimento das comunidades, ampliando sua capacidade de produção e ‘chegada a direitos’. “A maioria desses territórios carece de infraestrutura, uma vez que estradas e meios adequados para escoar a produção. Isso prejudica o processo de beneficiamento e industrialização dos provisões, dificultando associar valor ao que produzem”, explicou.
A dirigente ainda mencionou que a falta de regularização afeta o chegada a outros direitos básicos, uma vez que lazer, ensino e cultura. “São comunidades inteiras de famílias, jovens e crianças que estão à mercê dessa espera. A privação de regularização nega não só os créditos e incentivos à produção, mas o desenvolvimento pleno das comunidades”, completou.
Um exemplo emblemático citado pelo MST é o acampamento ‘Terreno Prometida’, em Felisburgo, Minas Gerais. O lugar ficou espargido depois o homicídio de cinco membros do movimento, em 2004.
“Há duas décadas aguardamos justiça, e a pena que deveria ter sido aplicada imediatamente, com a desapropriação da quinta, até hoje não foi executada”, afirmou Sílvio Netto, do MST de Minas Gerais. “É uma vergonha que, depois tantos anos, esse latifúndio continue nas mãos de um malfeitor que invadiu e abandonou as terras, além de ter matado trabalhadores”, desabafou.
O MST espera que, nos próximos dias, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva anuncie um projecto para a regularização desses territórios prioritários, além dos outros mais recentes. E mais: Barroso diz que alegado de inocência de réus do 8 de janeiro é “mito”. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Manadeira: MST)
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