O zelo com a saúde mental não deve chegar somente em casos extremos. O adoecimento da mente e o esgotamento físico é uma das principais causas de retiro do envolvente de trabalho. Dados do Ministério da Previdência Social mostram que, em 2023, foram concedidos 288.865 benefícios por incapacidade devido a transtornos mentais e comportamentais no Brasil. Isso representa 38% a mais do que em 2022, quando foram concedidos 209.124 benefícios.
O tema é sério. Tanto que um projeto na Câmara dos Deputados visa conceder a órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) o poder de polícia administrativa em material de saúde do trabalhador. Segundo o responsável do Projeto de Lei 1103/2024, deputado federalista Alexandre Lindenmeyer (PT/RS), embora a saúde do trabalhador seja um recta fundamental previsto na Constituição Federalista de 1988, “a vigilância em saúde do trabalho ainda enfrenta diversos obstáculos para o seu pleno manobra, entre eles a falta de poder de polícia administrativa para fazer satisfazer as normas e os padrões de proteção à saúde dos trabalhadores”.
E os problemas que afetam a saúde do trabalhador não estão restritos a uma classe social, gênero ou idade. Em diversos aspectos e motivos, o trabalhador pode ter a sua mente partida. O Brasil de Veste Paraná conversou com Ocimar G. Olivetti Fruto, neuropsicólogo e palestrante consultor em saúde mental e muito estar, que abordou o tema com alertas tanto para os profissionais quanto para as organizações. Segundo o perito, nas organizações, “dificilmente se fala em promoção da saúde mental e prevenção de adoecimento mental. Essa é uma temática relativamente novidade. A gente sempre falou em promoção e prevenção na dimensão fisiológica”.
Confira a entrevista:
Brasil de Veste PR: Pressão por resultados e cumprimento de tarefas, jornada controlada com rigor, retirada de benefícios. Essas são muitas iniciativas que gestores tomam para dar lucro ou atingir seus objetivos. Isso traz mercê à saúde do trabalhador e que prejuízos podem trazer?
Dr Ocimar G. Olivetti Fruto: Essa é uma veras que a gente tem vivido muito por conta desse atingimento de metas cada vez mais aumentadas. sem incerteza nenhuma, esse tipo de atitude traz consequências negativas para a saúde do trabalhador. No sentido de aumento dos níveis de sofreguidão, estresse, desesperança e uma série de pensamentos catastróficos e negativos acerca do horizonte. Logo, esse tipo de angústia, essa emoção, pode ao longo do tempo gerar, ou reiniciar, transtornos de humor. Tem algumas patologias que inclusive são muito comuns em algumas classes de trabalhadores, porquê a sofreguidão, o estresse, depressão, burnout. Sem incerteza nenhuma, esse tipo de pressão pode gerar um transtorno/sofrimento emocional.
Brasil de Veste PR: O que é burnout e quais são suas origens?
Dr Ocimar: Burnout é uma vocábulo em inglês que,num diagnóstico psiquiátrico, significa um esgotamento mental e físico devido à relação que esse quidam estabelece com o seu trabalho. É uma doença relacionada ao estresse, principalmente com etiologia laboral. Diferentemente do outro estresse que a gente tá viciado a falar e que pode ser por uma questão vivida na nossa relação conjugal, na nossa relação social, na nossa relação com os amigos, o burnout é um estresse que tem porquê justificação a nossa relação com o trabalho, normalmente um trabalho rígido, um trabalho onde nós não podemos expressar nossa espontaneidade, um trabalho com metas desumanas, um trabalho dos quais tratamento por segmento da chefia, da gerência, é rígido, não afetivo… há uma série de critérios que vão nortear o perito em saúde mental na diferenciação de um estresse normal, de um estresse procedente do dia a dia, para o burnout, que é um estresse relacionado ao trabalho.
Brasil de Veste PR: E quais são as consequências do burnout?
Dr. Ocimar: Normalmente o bornout justificação sofrimento psíquico, humor deprimido, aumento do nível de sofreguidão, absenteísmo, desesperança, sofrimento em pensar que tem que trabalhar. É mais ou menos aquela teoria de que o profissional, no domingo, entra em sofrimento ao pensar que tem que trabalhar na segunda e, durante a semana, ele só fica esperando a sexta-feira. isso é uma sinalização de que a sua relação com o trabalho não está saudável. Você não precisa amar o teu trabalho, mas ele precisa ser saudável. Não pode se tornar um ponto de sofreguidão, até porque a gente passa uma grande segmento do nosso dia no nosso trabalho. Logo, você imagina uma vida com esse peso, com esse sofrimento.
No burnout, as pessoas se enganam de que ele está restrito ao envolvente profissional, mas ela só começa ali. Suas consequências respingam na sua vida pessoal, familiar, sexual, social. A pessoa fica inabilitada para dar conta da sua vida de uma forma universal.
VOCÊ SABIA? | Licença para tratamento da própria saúde
Segundo o Governo Federalista, a licença da licença para tratamento de saúde decorre da entrega do atestado médico ou odontológico, contendo identificação do servidor e do profissional emitente, o registro deste no recomendação de classe e o tempo provável de retiro. O prazo de entrega do atestado é de cinco dias corridos a recontar do início da licença.
Brasil de Veste PR: Porquê medir se os funcionários estão emocionalmente saudáveis? Questionários e dinâmicas não podem trazer falsos resultados?
Dr. Ocimar: A gente utiliza principalmente na dimensão da psicologia testes e questionários para avaliação do clima organizacional, para avaliação da saúde do trabalhador. E depende do contrato que a gente vai estabelecer com esse funcionário, com essa equipe, com a gestão, no sentido de usar métodos que preservem a identidade dos funcionários.
Em alguns momentos, dinâmicas abertas que os funcionários precisam se expor. Eu entendo que a gente promiscuidade os momentos em que o funcionário possa se expressar de forma individualizada, de forma anônima. Isso favorece um resultado de maior fidedignidade. Não é porque ele não tem ali a angústia ou fantasia da retaliação, ele se expressa livremente porque há um contrato firmado de que a identidade dele está preservada.
Brasil de Veste PR: O que é estresse crônico e que impactos físicos ele pode trazer?
Dr. Ocimar: A vocábulo crônica significa continuada, ininterrupta. Logo, nós temos uma série de doenças crônicas porquê diabetes, hipertensão… são condições físicas que a pessoa vai precisar de um controle, de um monitoramento, de uma mediação médica a longo prazo, geralmente sua vida toda. E nós temos também doenças crônicas na saúde mental. O estresse crônico pode ser uma delas. O estresse é uma resposta fisiológica do nosso corpo, que seria autolimitada. O saudável do estresse é ele ter início, meio e um término. O estresse crônico seria um quidam que não teve a interrupção do estresse, da secreção do cortisol. É porquê se a pessoa estivesse o tempo inteiro alerta, hiper vigilante, e com pensamento negativo, um pensamento catastrófico. E essa pessoa não consegue períodos de relaxamento para interromper esse ciclo, para interromper essa secreção de cortisol, que é um dos hormônios principais no nosso organização relacionado ao estresse. É porquê se a pessoa vivesse o tempo inteiro esperando por um tanto ruim, alerta, em sofrimento, é porquê se ela estivesse lutando e fugindo ininterruptamente.
Brasil de Veste PR: O adoecimento mental não é uma “exclusividade” dos trabalhadores plenos e seniores. É provável notar nos jovens um stress mental?
Dr. Ocimar: A juventude é uma tempo marcada pela ingresso do jovem, do quidam, nesse contexto laboral. Logo, é uma invenção, e isso gera já uma sofreguidão já procedente. Porquê eu vou me relacionar com pessoas diferentes? Porquê eu vou seguir normas rígidas, muitas vezes dentro das empresas? Porquê eu vou penetrar mão do meu tempo livre, do meu lazer, para estar trabalhando, para estar fazendo entregas para uma empresa? Logo, é uma tempo de descobertas, e se a empresa não está preparada para albergar esse jovem numa tempo da vida repleta por dúvidas, por oscilações hormonais, para dar um caminho, para dar um setentrião, esse jovem acaba se desligando da empresa. Esse jovem acaba, muitas vezes, adoecendo por falta de sustento, por falta de percepção da empresa de que existe ali um ser humano que está tendo talvez seu primeiro contato com ajuntamento de pessoas e regras diferentes da que ele estava viciado dentro de mansão.
Brasil de Veste PR: Podemos observar que muitos jovens não estão querendo ter vínculos com uma empresa?
Dr. Ocimar: Essa é uma tendência que a gente tem observado nos últimos anos. Cada vez mais, esse jovem tem buscado por atividades autônomas, empreendedorismo, trabalhos híbridos, e não têm se vinculado ao longo prazo em instituições tradicionais. Logo, o que a gente observa que atrai esse jovem, que faz com que ele faça uma conexão duradoura com a empresa, é oportunizar um espaço em que a espontaneidade, em que a originalidade, seja acolhida; empresas que estão alinhadas à inovação e aos novos serviços, novas tecnologias, em que esse jovem se sinta ali numa relação de curiosidade, numa relação de propagação e onde ele reflita que pode ali desenvolver o seu trabalho e crescer, galgar outros degraus dentro dessa empresa.
Brasil de Veste PR: Para concluir, qual é o papel do líder no contexto do clima organizacional?
Dr. Ocimar: O líder pode contribuir tanto para azedar quanto para trazer um sabor aprazível para a organização. Isso vai depender muito do preparo desse líder. Quando nós participamos de encontros de lideranças ou treinamentos de lideranças, eu costumo perguntar: ‘Quem cá de vocês é líder e está em comitiva psicológico? Ou quem cá faz uma especialização em notícia, em gerenciamento de equipe?’ Infelizmente, eu ainda me surpreendo com uma taxa muito reduzida de líderes que estão trabalhando a si mesmos. E às vezes ainda eu escuto aquela frase: ‘Ah, mas eu tenho uma liderança nata, eu sou um líder nato.’ Isso já caiu por terreno há muito tempo porque a gente tem práticas de liderança que são mais adequadas, nós temos estratégias de lideranças positivas, engajadoras, e é impossível você ter todo esse arsenal de técnicas e ferramentas de forma nata.
Natividade: BdF Paraná
Edição: Lucas Botelho
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