Brasília recebe, a partir desta segunda-feira (16), milénio estudantes indígenas de 26 estados brasileiros durante o XI Encontro Pátrio de Estudantes Indígenas (ENEI). O encontro, sediado na Universidade de Brasília (UnB), vai até o dia 19 de setembro com o tema “20 anos demarcando as universidades, luta e resistência, efetuando a permanência”.
O ENEI comemora duas décadas de presença indígena no ensino superior e marca um importante momento de reflexão sobre as conquistas e desafios enfrentados por essa população nas instituições acadêmicas.
“Receber o XI ENEI em Brasília é muito simbólico, pois a nossa associação nasceu na UnB, pioneira nas políticas de ações afirmativas no Brasil, uma importante referência para povos indígenas que querem ingressar no ensino superior”, destaca Manuele Tuyuka, presidente da Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB), que organiza o evento.
A mesa de sinceridade do encontro acontece nesta segunda (16), a partir das 9h, no Meio Comunitário da UnB, e terá a presença de autoridades uma vez que a ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara, a presidenta da Instauração Pátrio dos Povos Indígenas (Funai) Joênia Wapichana, a deputada federalista Célia Xakriabá (Psol-MG), o coordenador executivo da Pronunciação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) Kleber Karipuna e ministro da Ensino Camilo Santana.
O XI ENEI tem uma vez que eixo principal os mais de 10 anos da Lei de Cotas e a permanência dos estudantes indígenas nas universidades. Apesar dos avanços, a presença plena dos indígenas ainda encontra barreiras, uma vez que a falta de protecção adequado e o reverência aos saberes indígenas e ciências indígenas.
“Precisamos julgar se as demandas levantadas em edições anteriores foram atendidas. Se não, é hora de traçar novas estratégias, mormente considerando o aumento de indígenas em espaços de poder e decisão, muitos deles fruto dessas políticas de ações afirmativas”, explica Manuele Tuyuka.
O encontro também destacará conquistas, uma vez que a transformação das reivindicações dos estudantes indígenas em políticas públicas, e o retorno de egressos aos seus territórios, além de discutir o escora à inserção profissional uma vez que forma de prometer uma presença indígena efetiva de qualidade e transformadora no envolvente universitário.
Descolonização acadêmica
O XI ENEI terá extensa programação de mesas de debates e atividades culturais. Entre os temas abordados nas discussões estão a valor das ações afirmativas no ensino superior, a saúde indígena nos territórios e a taxa das pesquisas indígenas para a gestão ambiental.
Um dos momentos marcantes será uma marcha com o tema “Pisando firme na qualidade da permanência”, que seguirá até a Esplanada dos Ministérios, reafirmando a luta pela descolonização dos espaços acadêmicos. Também haverá uma audiência pública no Congresso Pátrio para discutir o impacto da presença indígena na liceu ao longo das últimas duas décadas.
O XI ENEI também promoverá apresentações de trabalhos científicos, premiando melhor cláusula que levará nome do médico indigena “Ornaldo Sena” e oficinas temáticas, abordando temas uma vez que saúde mental, racismo nas universidades, direitos das mulheres indígenas e da comunidade LGBTQIAPN+, além de conexões entre as mídias digitais e o movimento estudantil indígena.
As noites culturais trarão apresentações de grupos indígenas com danças e bandas musicais, enquanto os Jogos Universitários Indígenas terão competições de futsal, vôlei, corrida e roda e flecha, celebrando a variedade e a força das tradições indígenas.
Confira mais detalhes da programação cá.
Natividade: BdF Província Federalista
Edição: Flávia Quirino
Discussion about this post