Em 2024, 70% da superfície queimada no Brasil foi de vegetação nativa. Os dados são do Monitor de Queimação, monitoramento iniciado em 2019 pelo MapBiomas.
Só em agosto, mês que registrou sozinho quase a metade dos incêndios florestais do ano, a vegetação nativa representou 65% da superfície queimada. O queimada atingiu formações campestres e áreas de pastagens de uso agropecuário. As áreas com formações savânicas representaram 25% do totalidade.
“Agosto trouxe um cenário alarmante para o Compacto, com um aumento significativo da superfície queimada, a maior nos últimos seis anos. O bioma, que é extremamente vulnerável durante a estiagem, viu a maior extensão de queimadas nos últimos seis anos, refletindo a baixa qualidade do ar nas cidades”, explicou Vera Arruda, pesquisadora no IPAM e coordenadora técnica do Monitor do Queimação.
10 milhões de pessoas atingidas
O Brasil atravessa um momento quebrável por culpa das queimadas. Foram 5,65 milhões de hectares queimados no mês de agosto, o que corresponde a quase 49% de tudo que foi queimado de janeiro até agora. É uma extensão que corresponde a quase o tamanho do estado da Paraíba.
São Paulo, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são os estados com o maior registro de queimadas até o momento. A Confederação Pátrio dos Municípios (CNM) estima que 10 milhões de pessoas foram afetadas diretamente pelos incêndios florestais.
Os dados tomam porquê base somente os dados das prefeituras que decretaram emergência. Ao todo, são 531 municípios nessa situação por culpa dos incêndios. Segundo essa estimativa da CNM, os estados do Acre, Tocantins, Rondônia e Mato Grosso têm quase o território completo em estado de emergência.
PF vê ação coordenada
“A gente vê que alguns incêndios começaram quase que ao mesmo tempo. Isso traz o sinal de que podem ter sucedido ações coordenadas. É um ponto inicial da investigação.”
Algumas regiões do Brasil podem registrar o fenômeno da chuva preta neste final de semana, alerta o Instituto Pátrio de Meteorologia (Inmet). A ocorrência é causada pela mistura de partículas de fumaça e poluentes na atmosfera com gotas de chuva, dando à chuva uma coloração escura.
O fenômeno é provável devido ao progresso de uma frente fria e à presença de porcaria dos incêndios florestais, afetando principalmente o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com provável expansão para o sul do Mato Grosso do Sul e o Sudeste.
Edição: Nicolau Soares
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