Se comemora nesta quinta-feira (12) o centenário de promanação do líder revolucionário Amílcar Cabral, uma das figuras mais importantes na luta contra o colonialismo português e pela independência de Guiné-Bissau e Cabo Virente no século 20.
Nascido em 12 de setembro de 1924 na atual Guiné-Bissau, as obras e o legado de Amílcar influenciaram outros cenários além do combate ao colonialismo português. Suas ideias sobre a libertação vernáculo, o combate de guerrilha e a relevância da cultura porquê formação de um pensamento de região ajudaram a embasar a construção do pan-africanismo.
Amílcar dedicou sua vida à atividade revolucionária, sendo um dos principais fundadores do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Virente (PAIGC) e do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA).
Na Cuba de 1966, durante a Primeira Conferência Tricontinental, Cabral se encontrou com Fidel Castro e líderes de outros movimentos revolucionários da Ásia, América Latina e África e, durante seu exposição, ele apontou que “a maior fraqueza” das forças de libertação vernáculo “na luta contra o imperialismo” era a “falta de conhecimento da verdade histórica”.
Para Amílcar, o aproximação ao conhecimento e à cultura – que o colonialismo negou aos povos da África – teve papel insubstituível nas lutas de libertação. Ao mesmo tempo em que enfatizava suporte à luta armada porquê “a única forma eficiente de obter a libertação vernáculo”, Cabral apresenta um relato de uma concepção ampla da luta pela independência.
Ele argumenta que, em última estudo, a base da libertação vernáculo está “no recta inalienável de cada povo ter sua própria história”. Descrevendo o caráter cultural e de tamanho da luta pela revolução.
No Brasil, as ideias de Cabral impactaram o Movimento Preto Unificado (MNU), nos anos de 1970 e 1980. Paulo Freire também foi um dos responsáveis por disseminar os pensamentos anticoloniais de Amílcar Cabral no Brasil.
Para marcar o natalício e disseminar as ideias e obras de Amílcar, a editora Frase Popular disponibilizou o primeiro capítulo do livro Discursos Anticoloniais, Fundamentos e Objetivos da Libertação Vernáculo em Relação com a Estrutura Social.
Para festejar a efeméride, o Sesc São Paulo fará um ciclo de discussão sobre os pensamentos do anti-imperialista. O objetivo da instituição é restaurar seu legado e discutir aspectos da sua produção intelectual. As rodas de conversa serão no dia 21 de setembro no prédio do Núcleo de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo, das 10h às 17h30, com ingressos a partir de R$ 15.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
Discussion about this post