O ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos Leonardo Pinho afirmou que Silvio Almeida, em mais de uma reunião em que o teria sitiado moralmente, deu socos na mesa enquanto gritava com ele. Uma das ocasiões foi em novembro do ano pretérito — Pinho pediria deposição no termo do ano.
Contou Pinho na entrevista:
“Por volta de outubro, ele me chamou ao gabinete dele e me pediu para gravar reuniões com a minha equipe, que tinha se recusado a assinar documentos fora do fluxo do ministério. Também pediu para eu gravar integrantes do Ciamp [Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua], que haviam criticado o projecto do ministério por falta de transparência. Eu falei ‘não’. Foi a mesma cena: ele se levantou da mesa, xingou e deu socos na mesa. Me disse que os meus dias estavam contados.
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Segundo Pinho, naquela conversa, ele teria sugerido melhorar a relação com os ministérios, e citou Anielle. Disse aquilo porque havia recebido relatos de dificuldade na relação entre os dois ministros. “Imaginei que era assédio moral, por desculpa da subordinação orçamentária da Paridade Racial aos Direitos Humanos. A Anielle dependia do Silvio em termos de orçamento para tudo, até para passagens aéreas”, contou.
Mas, de convenção com ele, o ministro reagiu mal. “Ficou descontrolado, transtornado, quando mencionei a Anielle. Me falou: ‘Você está insinuando o quê? Sou ministro de Estado, você é um merda’. Fiquei sem entender e tive susto de ele me agredir. Ele também disse, em relação ao meu trabalho no ministério: ‘Eu vou completar com a sua vida, você não vai mais subsistir’”.
Manancial/Créditos: Metrópoles
Créditos (Imagem de toga): Divulgação/Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
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