O salão de festas onde Kelly Borba e Marcelo Santos se viram pela primeira vez, já não existe mais. Assim uma vez que a moradia do par que está junto há mais de uma dez. Depois de terem enfrentado as três enchentes que atingiram o Vale do Taquari, o par deixou o bairro Navegantes, onde viviam, para ocupar uma moradia temporária. O Navegantes é uma região ribeirinha de Arroio do Meio que sobreviveu às inundações de setembro e novembro do ano pretérito, mas sucumbiu com a enchente histórica de maio, transformando-se em um dos bairros fantasmas da cidade.
Das proximidades da igreja até a famosa Moradia do Peixe, pouco ou quase zero ficou em pé. E o que restou está resguardado por lodo. Desde o ano pretérito os maiores gargalos estavam relacionados à políticas públicas para moradia. Alguma coisa que virou ponto da audiência pública realizada, na quadra, pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Percentagem de Cidadania e Direitos Humanos da Reunião Legislativa do Rio Grande do Sul, Juízo Estadual de Direitos Humanos, pelo CDES Direitos Humanos e pela Chegada Cidadania e Direitos Humanos. Somando o sinistro ambiental deste ano, a habitação e reassentamento tornaram-se a taxa mais urgente.
“Na nossa moradia tinha quartos, sala e cozinha junto. Banheiro separado, também tinha duas áreas, na frente e detrás. Íamos fazer superfície de serviço, coisas assim. A enchente de setembro foi muito complicada. A gente não esperava. Era um ‘riozinho’, que passava detrás e volta meia a gente ia lá olhar.”
Moradora do bairro há 12 anos, Kelly, 30 anos, conta que em seguida a enchente de setembro chegou a voltar para moradia, limpar, mas que depois de novembro não voltou mais. Desse momento em diante ela passou por muro de três abrigos no próprio bairro, até que em abril deste ano foi para uma das “casas” provisórias do estado.
“Aconteceu muita coisa sob o nosso psicológico. Mexeu muito, mas a gente trabalhou com Deus, porque é uma situação muito dolorosa. A gente perdeu as coisas, a gente ganhou doação e perdemos de novo, né? Logo a gente começou a ir na Igreja e fizemos as pazes com Deus”, conta o marido Marcelo.
Formada por um companheiro e mais dois filhos, a família de Kelly, assim uma vez que sua mãe, pai, e alguns vizinhos do velho bairro, estão entre as 28 que receberam a chave das casas temporárias de 8,8 m². De negócio com o Governo do Estado, elas comportam até três pessoas. Sua construção foi inspirada nas vilas de passagem erguidas no litoral de São Paulo, criadas em seguida uma vaga de deslizamentos das encostas em São Sebastião. Depois que as famílias forem encaminhadas às casas definitivas, os espaços poderão ter outra destinação a ser escolhida pelas prefeituras.
“Zero melhor do que a gente ter o nosso cantinho, ter os quartos e as coisas. É melhor do que estar em ginásio, pra lá e pra cá. Agora a gente está tranquilo porque está num lugar seguro, que não está em superfície de risco. Logo mais vai transpor nossa moradia definitiva”, afirma Kelly, pontuando que o único contratempo é a intervalo do bairro atual, Novo Horizonte, do núcleo da cidade. Seu velho bairro, ao lado do rio Taquari, fica próximo ao Núcleo.
A invitação da equipe do Brasil de Trajo RS, Kelly e seu fruto de 10 anos visitaram sua moradia no velho bairro. Ao passar pelo lugar ela ia contando um pouco de onde cada “coisa” ficava. Quase 10 meses fora de moradia, ela anseia para que não demore muito a vir o lar definitivo, e debutar uma novidade história.
“A gente tem sido muito presenciado, sobretudo o que a gente precisa, eles estão ali apoiando, que nem agora que está vindo esse valor pela Caixa, um valor de R$ 200.000 para nós poder descobrir, procurar um terreno para reiniciar. O Governo Federalista já liberou o valor, daí agora a gente tem que passar detrás e procurar uma moradia nesse valor”, afirma Marcelo.
Até o momento, o município de Arroio do Meio não registrou a entrega de moradias fixas exclusivas para os atingidos das enchentes de setembro. Sobre o quantia, que Marcelo relata, liberado pela Caixa Econômica Federalista, o mercê é facultado por meio de uma lista, da qual Marcelo se inscreveu, porém não sabe muito quais são os critérios seletivos. Enquanto isso, a família Borba aguarda pelo proclamação do recurso.
Águas de maio
“Todo mundo avisava que ia ser uma enchente fraca e a gente não saiu. Disseram que na minha moradia não pegaria, mas daí foram avisando, conforme foi subindo a chuva, que ia ser mais possante. Aí já não dava mais tempo de transpor. A gente passou uma noite num galpão com cabritos, porque não tinha uma vez que transpor mais de moradia, não tinha ninguém porque era chuva para todo lado. Passamos 3 ou 4 dias fora de moradia. Depois voltamos, passamos 15 dias sem luz e 13 sem chuva. Eu quero transpor daqui. Tem as crianças, eu sinto instabilidade”, relata a facilitar de saneamento Giovanna Scheeren, 21 anos.
Vinda de Cascata do Sul, Giovanna está há dois anos e meio no bairro Aimoré, lugar que apesar de tá não escapou das águas do Rio Taquari. Ela conta que para fomentar os três filhos recebeu ajuda do MAB. “Não tinha uma vez que lavar louça. Não tinha uma vez que cozinhar, né? Não tinha chuva, não tinha robustez. Foram dias muito complicados.”
Giovanna relembra que ficou sabendo do alerta pesquisando pelo Facebook. “Não que alguém passaria avisando, né? É que para cá, cá para cima, eles não vêm, sabe? Não vem porque cá parece ser mais retirado.”
Emocionada, a mãe de Giovanna, a senhora Pabula, que há pouco tempo morava no município de Cruzeiro do Sul, conta que lá zero sobrou. “Lá não tem zero. Ficou devastado. A metade de Cruzeiro foi, tá que nem Arroio do Meio. Porquê eu não tinha zero no meu nome na moradia que eu estava, nem conta de luz, nem telefone, eu não tive recta a zero.” A voz de Pabula embarga ao manifestar que para ela zero restou em Cruzeiro do Sul.
Na enchente de maio a cidade ganhou destaque na prelo, pois uma igreja, localizada no bairro Passo Estrela, construída em 1954, foi totalmente destruída, restando unicamente uma imagem de quase três metros de profundidade de Nossa Senhora de Fátima. Além da igreja, 600 casas foram destruídas. Segundo moradores a igreja já havia resistido à outras enchentes.
De negócio com o Instituto Brasílico de Geografia e Estatística (IBGE), a população de Arroio do Meio, que fica a respeito de 122 km de Porto Satisfeito, era de 21.958 habitantes em 2022. A cidade registrou durante a enchente de maio 13 milénio pessoas fora de suas casas, sendo que 1,4 milénio continuam desabrigadas. Porquê mostra a plataforma criada pelo governo estadual para monitoramento, o estado ainda possui quatro abrigos e 103 pessoas desabrigadas.
Segundo o diretor de Habitação do Ministério Inédito para Escora à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Engenheiro Comassetto, o Governo Federalista recebeu 171 pedidos de moradia no programa Compra Assistida para a cidade. Todos os pedidos foram aprovados e estão aguardando o solicitação da Caixa Econômica Federalista.
A Secretaria de Planejamento informa que as áreas destruídas pelas enchentes devem ser destinadas para esporte e lazer. Em 2023 por meio de uma parceria com o Semeia Emau da Univates, Governo do Estado, Escritório de Desenvolvimento de Projetos (EDP), Resguardo Social estadual e vernáculo, foi elaborado um projeto, atualizado com a vinda da enchente de maio, que prevê cinco áreas para mediação de insignificante dispêndio – com instalação de parques ou praças.
Orçado em R$ 11.202.442,30, o projecto está previsto para realização nos seguintes locais:
– Campos Sales – 85.734m² (R$ 6.516.518,74)
– Várzea do Navegantes – 19.755m² (R$ 1.843.833,27)
– Tiradentes – 8.540m² (R$ 718.255,21)
– Maracangalha – 15.320m² (R$ 1.095.315,97)
– São José – 11.292m² (R$ 1.028.519,11)
Ainda conforme a secretária da pasta, Ionara Magalhães Stein, o município também receberá recursos federais para a construção de uma escola e uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na Barra do Forqueta para substituir a estrutura levada pela força da chuva.
Do outro lado da ponte: A veras da cidade de Estrela
Vizinha de Arroio do Meio, a cidade de Estrela, a 110 km da capital gaúcha, possui uma população de 32.183 pessoas. No vértice da enchente, 75% do território da cidade ficou submerso. A cidade chegou a registrar muro de 6 milénio desabrigados e atualmente mantém três abrigos, com um totalidade de 182 pessoas.
Um desses abrigos é o Ginásio Ito João Snel, coordenado pela educadora social Gabriela da Luz dos Santos, que não foi atingida, mas decidiu escoltar as famílias que foram. “Cuidar é um repto quotidiano, porque eu tenho que estar muito para cuidar muito das pessoas. E isso é um pouco conflitante, porque tem os meus sentimentos e tem os vários sentimentos das pessoas que estão cá. As pessoas perderam tudo, família, móveis, as crianças perderam a escola”, Gabriela se emociona ao falar da convívio com as 29 famílias que o ginásio esportivo abriga.
Ela conta que sentirá falta do protecção em relação às pessoas, e também acredita que todos sairão transformados. “E não é da boca para fora, porque só quem passou, que foi atingido ou quem passou trabalhando, ajudando, doando, independente da forma que foi, vai sentir essa transformação mais para frente.”
No dia da visitante da equipe ao abrigo, a moradora do bairro Moinhos, Bianca Zimmermann, estava saindo para levar uma das suas filhas ao médico, quando resolveu conversar conosco.
A rua onde ela morava com as filhas Alice, 9 anos, e Maria, 4 anos, ficava paralela ao leito do rio. Ela conta que não conseguiu voltar ao lugar porque um pedaço da via despencou. Os sogros dela, que moravam no bairro oriental, não perderam a moradia, mas o resto foi todo levado pela enchente.
“A enchente mudou toda a minha vida, para pior. Eu não tinha muita coisa. Morava de aluguel. Mas a minha casinha que eu morava se foi e não sobrou nem roupa, nem documento. Eu ainda não consegui passar detrás de todos os documentos. Porque a gente é quatro, né, eu, meu marido e as gurias.”
A família de Bianca vive em Estrela desde janeiro deste ano quando saíram da cidade de Serafina, buscando uma vida melhor. “Eu era daqui [Moinhos], mas meu pai e minha mãe morreram. Eu fui para lá com ele [marido] e daí voltei para cá. Porque achei que cá graças a Deus a gente ia prosperar muito. Mas daí o pouco que a gente prosperou nesses meses acabou que se foi tudo.”
Sobre a questão da moradia, ela comenta que a equipe da prefeitura foi até o abrigo informando que a família iria morar por um ano em uma moradia provisória. “Parece que chegou as casinhas. Só que eu não tô entendendo o que que tá acontecendo, ninguém fala mais zero. Vieram cá deram uma lista e dizendo que ia transpor 31 casas, meu nome estava nessa lista. A gente fica ansiosa aguardando. Agora, ninguém fala mais zero”, desabafa.
Ela espera, mal for para a moradia temporária, se estabilizar até ter a moradia definitiva. “Em um ano dá para fazer muita coisa se realmente a gente vai para essas casinhas, né? Quero arrumar uma creche de novo para a mais novidade, botar a outra lá na escola. Arrumar um serviço bom e prosperar. Arrumando um serviço e saúde já era, né?”
Casas provisórias
No dia 13 de agosto o Governo do Estado começou a instalação de 31 casas temporárias em Estrela a serem entregues para famílias atingidas pelas enchentes de abril e maio. As unidades foram instaladas em duas áreas próximas ao Salão Comunitário São José Operário. A Prefeitura de Estrela selecionará as famílias que receberão as moradias.
De negócio com o Executivo estadual, o investimento totalidade é de R$ 66,7 milhões para compra de 500 unidades habitacionais transportáveis. Além das moradias temporárias, o Governo do Estado está aportando R$ 56,4 milhões na construção de casas definitivas.
Ainda segundo o Governo do Estado, cada módulo de 27 m² é entregue com mobiliário, feito sob medida, e eletrodomésticos (fogão e geladeira). As unidades são reaproveitáveis e podem ser usadas sempre que houver premência. Quando as famílias forem para suas casas definitivas, os módulos serão higienizados e armazenados.
Estrela é o município com o maior pedido de casas no programa Compra Assistida Reconstrução, totalizando 884 moradias, que estão em estudo pelo Ministério das Cidades. Até o momento o município já foi autorizado a edificar 916 moradias pelo Governo Federalista e 40 unidades pelo governo estadual.
À prelo lugar a secretária de Desenvolvimento Social e Habitação do município, Renata Cherini, informou que as obras aprovadas serão realizadas no Bairro Novidade Morada, edificadas em prédios no formato Minha Moradia, Minha Vida. Tapume de outras 800 moradias estão em período de edital e serão construídas da mesma forma, através da Caixa Econômica Federalista.
Conforme veiculado na imprensa, o Bairro Novidade Morada receberá também uma escola, creche, um posto de saúde e uma unidade do Núcleo de Referência de Assistência Social (CRAS), tudo isso com recursos do Governo Federalista.
A falta de infraestrutura do lugar é uma das críticas que o MAB tem feito em relação ao bairro. Conforme aponta o integrante do movimento João Jair Haacke, no lugar há, até o momento, somente casas.
“A grande reivindicação que a gente está correndo detrás e lutando é que as pessoas tenham os seus direitos de ter uma infraestrutura um pouco melhor, ter o conforto para deixar as crianças na escola, ter um posto de saúde, ter uma unidade de protecção para o povo. Porque só pegar e remover eles de um lugar que está sendo atingido e trazer eles para um outro lugar que não tem infraestrutura também é antissocial.”
Sobre o planejamento de habitação, Haacke também labareda atenção de que não há participação nenhuma da população, dos próprios atingidos na discussão sobre a qualidade das casas. “O tamanho dessas casas e até mesmo o método construtivo, que no caso cá vai ser prédios, né? E o pessoal não quer prédios, não quer morar em prédios, para não descaracterizar a questão cultural deles.”
Bairros fantasmas
“O bairro Marmitt não tem moradores, está só a sobra das casas e a gente pode identificar mais ou menos onde é que as pessoas moravam. No bairro Moinhos também não existe mais moradores. A Vila Teresa, que é um bairro menor, foi atingida, não tem mais moradores. Muitas pessoas perderam a moradia em setembro. E outros perderam em maio, na grande enchente”, afirma a coordenadora do MAB no Vale do Taquari, Juraci Padilha dos Santos, mãe do Jair.
A professora aposentada, moradora até a enchente de maio do bairro das Indústrias (outro fortemente atingido) recorda: “A primeira vez de setembro eu reformei. Mas agora depois eu não consegui mais”. Atualmente ela mora no lote popular 4. Juraci está há 29 anos no município.
Ao andejar pelos bairros mais atingidos de Estrela, as cenas de desleixo se repetem. Casas destelhadas que vieram inferior, árvores caídas sobre o teto. Dentro das casas, a lodo acumulada. A escola municipal do bairro Moinhos foi devastada, louças, cadeiras, armários marcados pelo sinistro.
Conforme comenta Jair, a escola era frequentada por crianças do bairro Moinhos e Marmit. “Eram os bairros mais marginalizados, de pessoas carentes, que frequentavam esse escola. Agora estão todos realocados, estão frequentando outras instituições e sofrendo os impactos disso. Porque imagina, você não tem mais a cultura das turmas, dos amigos, dos colegas. Logo, o impacto na ensino é gigantesco, além do impacto material, no estrago que deu.”
De negócio com ele, o bairro Moinhos é um dos mais antigos da cidade. “Ele tem uma prestígio histórica na economia da cidade. Era ligado a maior empresa que teve nessa região por muito tempo, a Granóle. Foi o início de muitas famílias que se deslocaram do Interno. Ele tem uma relação para o Núcleo, que agora está interrompida, a chuva levou metade do asfalto.”
O bairro, prossegue o militante, é um dos primeiros bairros fantasmas de Estrela. “Cá o pessoal não vai retornar mais, não vai ter mais relação de robustez, relação de chuva, zero, zero. Cá todo mundo vai ter que ser relocado.”
Secção da população que morava na região está nos abrigos, grande maioria se deslocou para moradia de parentes, outras conseguiram um aluguel social. “Para você ter uma teoria, segundo o levantamento da Resguardo Social, são 1800 casas que foram destruídas e estão abandonadas. E só 372 estão sendo beneficiados no aluguel social.”
Ao lado do bairro Moinhos fica o Marmit, onde há 32 anos mora Valmir Barbosa, sua moradia ficava na rua Barros Cassal, 80. Ele conta que muitas vezes à noite anda pelas ruas desertas do bairro. “Eu quero buscar minha família e vou debutar cá. Eu vou limpar, organizar sozinho. Depois, quando tiver muito, eu vou trazer eles de volta pra morar comigo, porque a gente se criou cá.”
Diferentemente dos outros dois bairros, o Das Indústrias guarda um cenário de término dos tempos. Tubos de metal, container, galpão e os maquinários das fábricas todos expostos e detonados.
“A ruína, os agrotóxicos, as questões dos pequenos riachos que foram tudo sendo destruído pela lavração. Os pequenos arroios e rios se tornaram gigantes e também veio muita chuva. Tudo isso ajudou para que acontecesse isso. Mas a pior coisa é que a gente usou muito as margens dos rios, deixou poucas árvores. Isso foi que ajudou muito também nas enchentes”, pontua Juraci, ex-moradora do bairro das Indústrias.
De prelecção, conclui a coordenadora, ficou a solidariedade. “Porque ninguém é maior que ninguém. Todos nós tivemos que nos dar as mãos para transpor daquele terrível momento.”
A Secretária de Desenvolvimento Social e Habitação Municipal não soube responder qual será o rumo dos bairros fantasmas da cidade de Estrela. Afirmando estar em quadra eleitoral, a Prefeitura de Estrela não quis responder às perguntas enviadas pela equipe de reportagem. O espaço seguirá franco para futura revelação.
A equipe visitou as cidades no dia 26 de agosto de 2024.
A reportagem questionou o Governo do Estado sobre programas de reassentamento para situações uma vez que observadas nos municípios de Arroio do Meio e Estrela. De negócio com o Executivo estadual o Projecto Rio Grande prevê uma novidade urbanização dessas regiões.
No momento, estão sendo feitos estudos de revisão dos planos diretores dos municípios afetados pelas chuvas. A estudo é da Universidade do Vale do Taquari (Univates). Outra ação é a implementação do sistema de proteção de cheias Taquari-Antas, que está em período de planejamento. O projeto foi inscrito pelo Governo do RS e selecionado pela União no PAC Seleções. O Governo do Estado também disse ter assinado um contrato com a Univates para a realização de mapeamento de conjuntos habitacionais em municípios em situação de calamidade. O contrato prevê a validação de laudos técnicos de residências atingidas pelas enchentes.
Nota da prefeitura de Arroio do Meio
Áreas destruídas pelas enchentes devem ser destinadas para a prática de esportes e lazer
A secretaria de Planejamento de Arroio do Meio trabalha há mais de 40 dias no levantamento dos impactos da enchente do início de maio. Conforme a secretária da pasta, a engenheira social Ionara Magalhães Stein, há várias frentes de trabalho em curso. Desde o mapeamento dos estragos, a exemplo da situação das pontes, estradas e acessos, até a elaboração de projetos para obras cadastradas em órgãos federais, a exemplo da Resguardo Social Vernáculo. Outrossim, profissionais do município e voluntários atuam na elaboração dos laudos dos imóveis atingidos. Por meio de um convênio com o CREA/RS a Lembrete de Responsabilidade Técnica é isenta de pagamento.
Conforme Ionara há uma demanda de trabalho muito grande. Nove imóveis do município foram fortemente afetados. A Estratégia da Saúde da Família e a escola Construindo o Saber, no bairro Navegantes, não serão reformadas. Inclusive, o município já teve a confirmação de que receberá recursos federais para a construção de uma escola e uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na Barra do Forqueta, próximas da escola infantil que está sendo finalizada.
Novos usos
Se a enchente de setembro do ano pretérito já tinha redesenhado a ocupação do território de Arroio do Meio, as duas de maio consolidaram a premência de se repensar o morar. O Poder Público já vem elaborado projetos para que áreas próximas ao rio Taquari, passem a ter outra finalidade e as famílias sejam transferidas para locais seguros.
Por meio de uma parceria com o Semeia Emau da Univates, Governo do Estado, Escritório de Desenvolvimento de Projetos (EDP) Resguardo Social estadual e vernáculo, já foi elaborado um projeto que prevê cinco áreas para mediação de insignificante dispêndio – com instalação de parques ou praças – num totalidade de 140.641 m², orçado em R$ 11.202.442,30.
Nascente projeto está sendo atualizado, já que o evento de maio causou danos de grandes proporções em uma superfície ainda maior e deve ser repassado para a Resguardo Social Vernáculo até a semana que vem. A responsável técnica é a arquiteta e urbanista Cristiane Lavall.
À quadra, o levantamento apontou que deveriam ser construídas 294 unidades habitacionais em substituição às moradias destruídas, interditadas definitivamente ou que estavam em zonas de risco, dentro das áreas que passariam pela mediação. A estimativa da secretária Ionara é de que agora sejam incluídas mais 250 unidades habitacionais, tamanho o relâmpago de ruína. O recurso para as 294 casas está reservado pelo governo federalista.
Ela destaca que as intervenções são a melhor forma de utilizar os espaços, que não oferecerem segurança para a reconstrução de moradias. A tendência é de que os locais que hoje estão cobertos por madeira arrastada pela chuva e o que sobrou dos imóveis que ruíram, sejam transformados em caminhódromos, praças, parques e ambientes para esportes e lazer. Darão um novo sentido para a orla do rio Taquari e imediações. Inclusive, no horizonte, podem ajudar a fomentar o turismo.
Áreas de conjunto para mediação de insignificante dispêndio – totalidade de 140.641m² (R$ 11.202.442,30) (projeção feita antes de maio. Projeto em atualização)
– Campos Sales – 85.734m² (R$ 6.516.518,74)
– Várzea do Navegantes – 19.755m² (R$ 1.843.833,27)
– Tiradentes – 8.540m² (R$ 718.255,21)
– Maracangalha – 15.320m² (R$ 1.095.315,97)
– São José – 11.292m² (R$ 1.028.519,11)
* Informação do MAB
Nascente: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko
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