Itamaraty diz que só vai deixar de simbolizar os interesses de Buenos Aires em Caracas quando o país substituto for eleito; Brasil assumiu a proteção sobre a embaixada, onde estão asilados seis opositores ao regime
A Argentina criticou a ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela, por revogar a custódia do Brasil sobre a sua embaixada em Caracas e cobrou saudação ao recta internacional. Esse é o desdobramento mais recente da crise que se arrasta desde a eleição venezuelana, marcada por suspeitas de fraude e repressão aos opositores. O Itamaraty afirma que só vai deixar de simbolizar os interesses de Buenos Aires em Caracas quando o país substituto for eleito. O Brasil assumiu a proteção sobre a embaixada, onde estão asilados seis opositores ao regime, há pouco mais de um mês, quando a missão diplomática argentina foi expulsa da Venezuela.
A ditadura chavista cercou a embaixada e revogou a custódia do Brasil alegando suposto uso do prédio para o planejamento de atividades terroristas e “atos malignos” contra Nicolás Maduro. São argumentos que estão na silabário do regime para justificar a vexação aos críticos. No caso da Argentina, as relações começaram a se estragar com a eleição de Javier Milei, que Nicolás Maduro já chamou de “sociopata sádico” ao criticar a política econômica do libertário. “Milei parece ser uma pessoa que gosta de fazer as pessoas sofrerem e gosta de ver os outros sofrerem”, disparou.
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Maduro acusa Milei de destruir a economia da Argentina, ignorando que a crise por lá se arrasta há décadas, e que a debacle do seu próprio governo espalhou quase 8 milhões de imigrantes venezuelanos. Invertendo a “ameaço” geral entre os líderes de direita, ele questionou durante a campanha: “Vocês querem que a Venezuela se torne uma Argentina?”
A animosidade piorou depois da eleição, quando o Juízo Vernáculo Eleitoral, escravizado pelo chavismo, proclamou a vitória de Nicolás Maduro sem publicar os dados da votação. Em contraste, a oposição liderada por Edmundo González e María Corina Machado publicou as cópias de 80% das atas, que dão vitória a González. Por culpa disso, o candidato da oposição passou a ser investigado, escopo de mandado de prisão e terminou deixando o país, asilado na Espanha.
Rapidamente, Milei disse que a Argentina não reconheceria uma fraude eleitoral e pediu a saída de Maduro do poder. “Os resultados mostram uma vitória esmagadora da oposição e o mundo aguarda que Maduro reconheça a guião depois de anos de socialismo, miséria, decadência e morte”, disse na idade. Em retaliação, a Venezuela expulsou a missão diplomática argentina, porquê fez com outros países que denunciaram fraude nas eleições. O caso prateado é mais frágil por culpa dos seis opositores que estão asilados na embaixada desde 20 de março.
Assessores próximos de María Corina Machado, eles foram alvos de mandados de prisão pelo Ministério Público, desempenado ao chavismo, e recorreram à Argentina. Desde portanto, vivem no prédio da embaixada, de onde contribuíram para a campanha mais importante dos últimos anos na Venezuela. Foi portanto que o Brasil entrou na história. Com a missão diplomática da Argentina expulsa, o país assumiu a proteção da embaixada e dos opositores que lá estão asilados.
Pela Convenção sobre Asilo Diplomático, assinada em Caracas, eles deveriam ter recebido salvo-conduto em seguida a expulsão dos diplomatas, o que não aconteceu. Apesar de viver às turras com o presidente Lula, o prateado Javier Milei agradeceu ao Brasil por simbolizar os interesses de Buenos Aires em Caracas. Antes de deixar a Venezuela, um diplomata prateado chegou a hastear a bandeira brasileira, que depois seria retirada.
Coligado histórico do chavismo, Lula tentou reabilitar Nicolás Maduro quando voltou ao Planalto, entrando em atrito com os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, mais críticos ao regimes. O petista chegou a relativizar o concepção de democracia para tutorar a Venezuela e culpou as sanções pela crise, ecoando a desculpa do regime.
As críticas, no entanto, se tornaram inevitáveis à medida que o regime passou a desrespeitar os Acordos de Barbados, com a promessa de eleições livres e justas na Venezuela, apoiada pelo Brasil. Lula passou a cobrar Maduro que respeitasse o resultado das eleições e se disse assustado com a ameaço de “banho de sangue” feita pelo ditador, ainda que em tom mais lento que outros países da região.
Passada a eleição, o governo brasílico não reconheceu os resultados, insistindo que o Juízo Vernáculo Eleitoral deveria publicar as atas, em posição combinada com a Colômbia. Nicolás Maduro não gostou de ser cobrado pelo idoso coligado e passou a trocar farpas públicas com Lula.
Ele disse que os “gringos não têm moral” para interferir nos assuntos políticos venezuelanos e que ninguém se meteu no Brasil quando o ex-presidente Jair Bolsonaro contestou o resultado da última eleição, comparando a situação nos dois países de forma enganosa
Apesar do tensionamento, Lula descarta romper relações com a Venezuela, porquê fez o seu predecessor, e mantém a posição contrária ao bloqueio econômico. Ele também não labareda Nicolás Maduro de ditador, mas sinalizou que ele é “extremista” e que o seu comportamento “deixa a desejar”.
*Com informações do Estadão Teor
Publicado por Carolina Ferreira
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