Há 30 anos, movimentos populares, pastorais sociais e sindicatos de todo o Brasil saem às ruas no 7 de setembro, Dia da Independência, para expressar que um Brasil realmente livre e soberano ainda precisa ser conquistado. É o Grito das Excluídas e dos Excluídos, que neste ano vem com o lema “Todas as formas de vida importam. Mas, quem se importa?”. Em Porto Satisfeito, a sintoma acontece neste sábado (7), com concentração às 8h30 em frente à Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, sítio que ficou submerso nas enchentes de maio.
O chamado das organizações que promovem a atividade destaca que “a vida em primeiro lugar” continua sendo o Grito. Lembra que o mundo segue com “guerras que matam o povo trabalhador, aumento da inópia, da desigualdade” e de catástrofes climáticas, que “impactam principalmente territórios periféricos” e tem em sua origem a “exploração desenfreada da vida e da natureza pelo sistema numulário”.
Durante apresentação dos detalhes da mobilização de 2024, nesta terça-feira (3), Dom Valdecir Santos Mendes, presidente da Percentagem Sociotransformadora da Conferência Vernáculo dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou o “processo permanente” da atividade, uma construção que envolve diariamente dezenas de comunidades por todo o país.
“Que esse grito possa repetir a partir do pavimento, do pavimento dos povos tradicionais, dos povos indígenas, a partir do pavimento das periferias das nossas cidades, a partir do pavimento do povo em situação de rua, a partir dos lavradores e lavradoras, trabalhadores e trabalhadoras da lavoura familiar, a partir dos pescadores tradicionais. O grito é um compromisso com a vida”, disse.
“Um grito dos povos, dos pobres, mas também da terreno”
Ao Brasil de Trajo RS, padre Edson Thomassim, mais sabido uma vez que padre Edinho, membro da Pastoral Carcerária e articulador regional das Pastorais Sociais do Rio Grande do Sul pela CNBB, destacou que o Grito neste ano ocorre em uma das regiões mais atingidas pela enchente em Porto Satisfeito. Além de ser lar de “uma população pobre, já estigmatizada e criminalizada porque está na extensão da ingresso da cidade”, e que ficou ainda mais fragilizada por motivo das “contradições que esse sistema coloca”.
Padre Edinho recorda que, na edição de 2023, o Grito do RS foi realizado no ginásio de uma igreja em São Leopoldo que neste ano ficou submersa, junto com nove comunidades do entorno, pela enchente. “A gente é convidado a reviver esse Grito, que é um grito dos povos, dos pobres, mas também é o grito da terreno. O grito que está dizendo para a gente da sua enfermidade, do seu cansaço e do afronta que tem sido feito sobre essa terreno”, finaliza.
Programação do Grito em Porto Satisfeito
8h30 – Concentração e acolhida (Terreiro dos Navegantes, 12 – Igreja Nossa Senhora dos Navegantes – Porto Satisfeito)
9h – Sinceridade
Roteiro da Passeio:
Terreiro dos Navegantes
Av. Sertório
Rua dos Voluntários (passando na frente da Cooperativa de Reciclagem das Anitas)
Rua São Jorge
Rua Frederico Mentz
Paradas:
1. Cooperativa Sepé Tiarajú (nº 1167)
2. Movimento Desabafa (nº 470)
3. Unidade da Saúde Fradique Vizeu (nº 374)
4. Terreiro do Sesi: onde acontecerá a partilha do maná e o fecho do ato.
Obs.: Se chover, terá uma vez que escolha o Ginásio da Instauração Fé e Alegria (Rua José Luiz Perez Garcia, 17), que fica próximo da Terreiro do Sesi.
Natividade: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko
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