Dos centena maiores municípios do Brasil, 89 são comandados por partidos ligados ao centrão. Juntos, eles dominam uma superfície superior à da Argentina. União Brasil lidera a lista, com 34 municípios, seguido pelo MDB, com 29. Juntos, os centena maiores municípios correspondem a 37% do território vernáculo.
Os dados são do dossiê Os Gigantes, publicado pelo observatório De Olho nos Ruralistas (clique aqui para baixar), que analisa ações ambientais nos centena maiores municípios do país e conta quem são os políticos e partidos que governam esses territórios. O dossiê tem uma vez que proposta ressaltar a relevância das políticas municipais no debate sobre meio envolvente e crise climática.
De concórdia com Bruno Bassi, coordenador de pesquisa do De Olho nos Ruralistas, o relatório propõe uma estudo geográfica para as eleições municipais e “aporta uma visão mais abrangente para entender esses municípios, que têm uma relevância planetária devido ao seu impacto climatológico, em relação à preservação de florestas, às áreas verdes e áreas de proteção ambiental existentes neles”.
Chamado de Centrão em virtude do fisiologismo e da capacidade de manter alianças com governos de diferentes matizes ideológicos — de Dilma Rousseff a Michel Temer, de Bolsonaro a Lula —, esse conjunto é constituído por partidos uma vez que PP, PSD, Republicanos, Solidariedade, PTB e Podemos. O regime de alianças funciona de forma dissemelhante nas eleições locais, a ponto de os rivais PT e PL dividirem tribuna em 85 municípios da lista. Mas é generalidade que esses partidos atuem em coligação uns com os outros.
Avante do governo federalista, o PT comanda exclusivamente dois dos gigantes. Em Ribas do Rio Pardo (MS), o prefeito João Alfredo disputa a reeleição alternando entre a promoção da lavoura familiar e o suporte à monocultura de eucalipto. “Proprietário de uma herdade arrendada para produção da árvore, ele foi o principal articulador para a instalação no município da maior fábrica de celulose do mundo, pela Suzano, com capacidade de produzir 2,55 milhões de toneladas ao ano”, informa o relatório.
Na outra ponta do país e lar da segunda maior população indígena do Brasil, com 48.256 habitantes, São Gabriel da Catadupa (AM) não contará mais com o prefeito Clóvis Curubão, da etnia Tariano, que encerra seu segundo procuração. Para a sucessão, ele apoia seu sobrinho Egmar Curubinha (PT).
O PL de Jair Bolsonaro tem exclusivamente uma prefeita: Dona Nega, em Mucajaí (RR).
Edição: Nicolau Soares
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