Nesta quinta-feira (29), o Brasil de Vestuário recebeu Ricardo Senese (UP) para a segunda entrevista do ciclo de sabatinas com os candidatos à prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024. Metroviário há 14 anos, ele ficou espargido pelos protestos na Câmara Legislativa do estado de São Paulo (Alesp) contra a privatização da Sabesp, a Companhia de Saneamento Substancial do estado de São Paulo. Na ocasião, chegou a ser preso e foi liberado uma semana depois. Esta é a primeira vez que Senese concorre a um missão eletivo.
O candidato usou grande segmento do tempo de entrevista para substanciar a influência do combate ao fascismo e de mudanças estruturais na sociedade. “Temos que ter um comportamento olhando para o sofrimento do povo, que é crescente na cidade”, disse. Entre as ferramentas para essa mudança, ele propõe a reestatização dos serviços básicos, uma vez que transportes e Serviço Funerário Municipal, além da redução da jornada de trabalho.
O representante da UP defende uma mudança na jornada trabalhista para 30 horas semanais. A medida teria por objetivo aumentar o número de trabalhadores no mercado e prometer mais qualidade de vida, levando em conta o tempo de transporte e tarefas domésticas necessárias à realização do ofício. “São jornadas que, na prática, impedem que outras pessoas trabalhem também”, afirmou. Outra proposta é tornar o trabalho compulsório a todas as pessoas aptas, visando reduzir o número de paulistanos que vivem às custas do trabalho alheio, segundo o candidato.
Para que os planos caibam no orçamento municipal, Senese propõe elogiar os recursos disponíveis para gastos públicos mediante renúncias fiscais de grandes empresas e taxação das grandes fortunas. Ele defende ainda a influência de reorganizar a distribuição orçamentária, privilegiando o combate ao sofrimento popular e mirando nos cuidados à população de rua e contra o analfabetismo.
Na ensino, sua proposta mira na redução do poder de empresas privadas nesse setor. “As indústrias de ensino privada precisam ser socializadas no nosso município. O que é socializar? É tornar tudo público”, propõe. O candidato estende a proposta ao setor de transportes, onde pretende privilegiar os modais coletivos em detrimento dos individuais. “O eixo mediano é combater a privatização, que já existe e já está consolidada”, reforça. “Estamos pagando duas vezes: através dos impostos e das passagens.”
Senese defende ainda “uma organização combativa, classista e rebelde que lute contra o fascismo” onde o alinhamento com o núcleo não tem lugar. “A situação precisa de posicionamento mais simples e mais firme. Nós não estamos numa período de vacilação, de negociação, de ter uma saída com o centrão”, afirmou. Porquê exemplo de estratégia política vitoriosa nesse sentido, ele cita as recentes eleições na França, em que a extrema direita e o núcleo foram derrotados pela Novidade Frente Popular (NFP), coligação de partidos de esquerda.
Boulos é o próximo sabatinado
Na próxima quarta-feira (4), o Brasil de Vestuário recebe o candidato Guilherme Boulos (Psol), às 13h30. As conversas serão transmitidas ao vivo nos canais do Youtube do Brasil de Vestuário e TVT e ficarão disponíveis nessas plataformas posteriormente a transmissão. O teor também pode ser acessado no podcast Três por Quatro, em todas as plataformas de streaming.
Assista aquém à íntegra da sabatina com Ricardo Senese, que está disponível nos canais do Youtube do Brasil de Fato e da Rede TVT.
Edição: Nathallia Fonseca
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