O número de pessoas com diabetes nas capitais brasileiras cresceu 132% nos últimos 17 anos. Em 2006, o totalidade da população que convivia com a doença em território vernáculo era de 1,5 milhão. No ano pretérito, chegou a 3,5 milhões.
Atualmente, 10% dos moradores das capitais com mais de 18 anos convivem com a doença. Os dados foram levantados a partir de informações públicas pelo Observatório da Atenção Primária à Saúde da Umane, associação independente e sem fins lucrativos que apoia iniciativas com impacto no Sistema Único de Saúde (SUS).
O grupo de pesquisas da Umane observa que propagação apressurado da diabetes no Brasil está diretamente relacionado às mudanças nos padrões alimentares da população.
Há décadas a ciência demonstra a conexão entre o aumento do consumo de ultraprocessados e mantimentos ricos em açúcar e gordura saturada e o risco de desenvolver diabetes.
Em entrevista ao Brasil de Indumentária, a gerente de parcerias e novos projetos da Umane, Evelyn Santos, reafirma essa relação.
“Toda vez que uma parcela maior da ingestão diária de mantimentos vem de ultraprocessados, se consome uma quantidade excessiva e desnecessária de calorias. A densidade calórica desses mantimentos é muito perigosa, contribuindo para a obesidade, que é um fator de risco comprovado para o diabetes.”
O levantamento revelou ainda um aumento no número de internações por diabetes desde 2020. Na ocasião, 124.664 pessoas foram internadas devido à doença. Em 2023, esse oferecido subiu 11%, chegando a 137.981 internações.
Embora as mulheres sejam maioria entre as pessoas com diabetes no Brasil (59%), os homens são os que mais necessitam de internação (52%). Na filete etária de 65 anos ou mais, foram registradas 27.080 internações entre eles contra 26.214 na população feminina.
Desigualdade
Aspectos da desigualdade estrutural do Brasil também se refletem nos números sobre o diabetes. Em 2023, 65% das pessoas internadas com a doença (89.501) eram pretas ou pardas, enquanto 30% (41.295) eram brancas.
“Infelizmente, no Brasil, tanto para doenças infecciosas quanto para doenças crônicas, historicamente, observamos uma maior chance de surgimento e agravamento entre as populações mais vulneráveis. Isso inclui questões de gênero, raça e etnia, afetando mais mulheres, populações pretas, pardas, quilombolas e indígenas”, ressalta Santos.
Esse cenário fica evidente no levantamento “Síntese de evidências sobre saúde no município de São Paulo”, elaborado pela Umane em parceria com o Insper. Segundo o estudo, a taxa de mortalidade por diabetes chega a ser 21 vezes maior entre as regiões de menor e maior vulnerabilidade social.
Aliás, 38% da versatilidade do risco de mortalidade prematura pela doença entre mulheres com 30 a 69 anos foi explicada por condições socioeconômicas.
Apesar de desfeitear uma porcentagem expressiva de idosos, o perfil do diabetes está mudando no Brasil, com um propagação preocupante entre jovens adultos e até crianças. A pesquisa da Umane e do Insper mostra um propagação médio anual do risco de mortalidade por diabetes de 6,7% entre mulheres e 2% entre os homens, na filete de idade de 30 a 39 anos, por exemplo.
Para Santos, o SUS tem condições de mourejar com essa demanda, mas é preciso trabalhar para frear o propagação da doença no país. Isso envolve não só a dimensão da saúde, mas políticas alimentares, ações educativas, dispêndio menor para mantimentos in natureza e envolvimento de todos os entes da sociedade.
“O SUS tem se pronto, mas precisamos olhar além do tratamento. É uma vez que se tivéssemos uma torneira pingando em um tanque. Em vez de exclusivamente tratar as pessoas que já desenvolveram a doença, precisamos fechar essa torneira, prevenindo o desenvolvimento dessas doenças por meio de um estilo de vida mais saudável e um envolvente que facilite essas escolhas”, conclui Santos.
Edição: Martina Medina
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