Porto Prazenteiro (RS) recebe em 30 de novembro a 2ª edição da Vivência do Sopapo – Memórias da Ancestralidade. Os interessados em participar do evento que homenageia o legado cultural afro-gaúcho têm até esta sexta (29) para fazer a matrícula. As atividades são gratuitas, mas é verosímil contribuir com a secção social do projeto, com a doação de 1kg de maná não perecível. As arrecadações serão destinadas ao Asilo Municipal de Pelotas.
O encontro será na Vivenda de Cultura Mario Quintana, no Núcleo Histórico, e promete uma jornada cultural que explora e valoriza a preço do tambor de Sopapo na construção da identidade afro-gaúcha.
A edição de 2024 do evento presta homenagem aos ancestrais que preservaram a tradição do Sopapo, incluindo figuras históricas porquê Rabino Giba Giba (in memorian), Rabino Baptista (in memorian), Mestra Sirley Amaro (in memorian) e Dona Maria Baptista, esposa do Rabino Baptista e mãe de José Batista, que além de proponente do projeto, também será o palestrante. Rabino José Batista, responsável do livro O Sopapo Contemporâneo – Um Gavinha Com a Ancestralidade, foi o responsável por desenvolver o padrão cônico do instrumento, perpetuando sua relevância cultural para as gerações futuras.
Neste ano, o evento percorre três cidades com fortes laços com a ancestralidade gaúcha e com o Sopapo. Já passou por Pelotas, Caçapava do Sul e agora chega em Porto Prazenteiro.
Cada região oferece atividades culturais que reforçam o valor do sopapo para a comunidade afro-sul-riograndense, com performances artísticas, convidados especiais, palestras e rodas de conversa.
Os festejos são financiados pelo Ministério da Cultura e Governo do Rio Grande do Sul, através da Lei Paulo Gustavo, com espeque da Secretaria de Cultura (Sedac/RS), Vivenda de Cultura Mario Quintana e Lunar do Sopapo (POA), Clube Simetria (Caçapava do Sul), ONG Cuidando de Nós e Núcleo de Teatro UFPel (Pelotas).
O legado do Sopapo
Originário das charqueadas pelotenses no século XIX, o Sopapo não foi somente um instrumento músico, mas um gavinha que conectava os escravizados à sua ancestralidade, religiosidade e sua pátria mãe, a África. Aliviando assim, por meio de suas batidas, o horror da escravidão. Durante o século XX, o Sopapo sofreu um processo de “carioquização” que quase o levou à extinção. Seu resgate se deu a partir de 1999 com o projeto CaBoBu, liderado pelo Rabino Giba Giba, Rabino Baptista e Rabino José Batista. Em 2021, o Sopapo foi reconhecido porquê Patrimônio Impalpável da Cultura Pelotense pela Lei Ordinária 2.822/2021.
A 2ª edição da Vivência do Sopapo – Memórias da Ancestralidade não só celebra a resistência afro-gaúcha porquê também promove o fortalecimento de laços culturais entre as comunidades e reafirma o papel do Sopapo porquê símbolo de identidade e pertencimento do povo afro-sul-riograndense.
Programação
Data: 30 de novembro de 2024
Lugar: Vivenda de Cultura Mario Quintana – Sala Luis Cosme – 4º Andejar (R. dos Andradas, 736 – Núcleo Histórico)
Inscrições cá.
Cronograma
13h30: Início do espaço ao público;
14h00: Início com toque de Sopapo;
14h10: Apresentação músico com Jay Djin e Maíra;
14h20: Performance de “Arcano sem nome” com Duma;
14h40: Mesa com convidados especiais (Edu do Promanação, Lucas Kinoshita e Gustavo Türk);
15h45: Palestra com Rabino José Batista;
16h45: Coffee break;
17h15: Roda de conversa;
17h45: Toque de Sopapo;
18h00: Fechamento.
Manancial: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko