Os redatores do Itamaraty não tiveram dificuldade em elaborar o oração exibido pelo presidente Lula na brecha da Plenário Universal da ONU. A palato do freguês, redigiram o de praxe: oração para momentos de grande solenidade, ideologicamente repleto, vazado numa risca de narrativa arrogante e seletiva.
Diante, porém, do quadro inescapável da veras, o contraste entre supostas intenções e gestos efetivos tornou-se patente e a fala empolada de Lula revelou-se porquê um tecido de enganações: um oração cosmético, sem substância e incoerente.
O próprio Lula já declarou que uma narrativa muito construída supera todos os obstáculos. Disse isso porquê recomendação ao seu colega Nicolás Maduro, ditador da Venezuela. E no seu oração maquiado da ONU, com efeito, ele realizou a façanha de fechar os olhos para a crise humanitária causada pela ditadura no país vizinho e arregalá-los para crises e guerras em locais muito distantes, porquê Oriente Médio e Ucrânia.
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E a Venezuela, Lula?
Ocorre que precisamente a crise da vizinha Venezuela é a única em que as palavras de Lula e atitudes do governo brasílico poderiam ter uma influência de monta. Assim, tão descabida preterição seletiva configura ramal de caráter e fraqueza diplomática.
Vale lembrar que a própria Missão Independente da ONU divulgou recentemente um relatório sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela entre setembro de 2023 e agosto de 2024. Segundo o documento, “o governo da Venezuela intensificou dramaticamente os esforços para esmigalhar toda oposição pacífica ao seu domínio, mergulhando a pátria numa das mais agudas crises humanitárias na história recente.”
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O relatório da ONU informa que, na primeira semana em seguida as eleições, por exemplo, foram presas tapume de 2.000 pessoas, incluindo mais de 100 menores de idade e algumas pessoas com deficiências. Pelo menos 25 pessoas foram executadas, a maioria jovens pobres, incluindo dois menores.
Se a preterição sobre a Venezuela mostra a face de uma diplomacia inerte e covarde, os pitacos de Lula em relação às guerras no Oriente Médio e na Ucrânia mostram que a sua ignorância está a serviço do seu ativismo no que tenho chamado de diplomacia do mal.
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A diplomacia do mal
Lula começou o seu oração com uma saudação privativo a Mahmmoud Abbas, presidente da Poder Pátrio Palestina. Os semelhantes se atraem e se entendem. Assim porquê Lula, Abbas tem posicionamentos ambíguos e escorregadios em relação a questões fulcrais. Assim porquê Lula, ele costuma incendiar uma vela para Deus e outra para o diabo.
Abbas, que consegue matizar seu oração e encapotar suas reais intenções a ponto de estabelecer diálogo com autoridades europeias e americanas, tirou, por um momento, a máscara da moderação por ocasião do seu tributo em honra do terrorista Ismail Haniyeh. Em agosto, no Parlamento da Turquia, Abbas expressou o que realmente pensa: “A América é a praga e a praga é a América.” Antiocidentalismo e antiamericanismo são, porquê sabemos, a senha capaz de reunir esquerda radical e islã em uma perigosa coligação.
Posteriormente cumprimentar o colega duas caras, com quem se encontrou no dia seguinte, Lula tentou grudar em si a máscara de pacifista, desfilando platitudes e lamentos acerca do incremento dos gastos militares globais que poderiam ser usados para combater a lazeira e enfrentar a mudança do clima. Ele se queixou também de que “o uso da força, sem apoio no Recta Internacional, está se tornando a regra.”
Oh sofista hipócrita! Por que, logo, estás coligado a Putin, que violou o recta internacional com o uso da força ao invadir um país soberano, trazendo morte e desgraça a um povo já tão sofrido? Povo esse vitimado inclusive, no pretérito, pela grande perversidade do Holodomor, o genocídio de milhões de ucranianos, que morreram de lazeira, em razão da política econômica de Stalin, ditador cruel até hoje venerado pela extrema esquerda.
Tu mentes, Lula, quando afirmas que “o Brasil condenou de maneira firme a invasão do território ucraniano”. Não houve pena firme, exclusivamente considerações ambíguas e levianas que equiparam o país invadido e o país invasor em um mesmo proporção de responsabilidade pela guerra.
Aliás, segues tu e o líder da tua diplomacia do mal, Celso Amorim, com demonstrações de simpatia pelo tirano do Kremlin. E mesmo agora, a alegada firmeza contra a invasão se perde na preterição do nome do país invasor.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, faz muito em desmascarar reiteradamente o teu desaforo, acusando-te de fazer “teatro” e de ter intenções escusas com uma proposta de tranquilidade articulada com a China e o país invasor.
Disseste, ainda, presidente Lula, em teu oração malandro, que “não podemos esperar por outra tragédia mundial, porquê a Segunda Grande Guerra, para só logo edificar sobre seus escombros uma novidade governança global”. Deus nos livre de uma terceira guerra, mas Deus nos livre também de uma governança global sob os valores dos teus aliados ditadores e terroristas.
O evento político-militar que mais tem aproximado o mundo de uma Terceira Guerra é precisamente a invasão criminosa da Ucrânia pela Rússia: zero há de mais parecido com o início da Segunda Guerra, que se deu com a invasão da Polônia pela Alemanha nazista. Não é um pouco bonito de se expressar, mas a verdade é que a Ucrânia só pode perceber a tranquilidade com armas.
Da mesma forma, a verdade dura e obliterada no oração de Lula, sempre crítico e condenatório em relação aos esforços de resguardo de Israel, é que a tranquilidade no Oriente Médio depende da força bélica desse pequeno país. Certeira foi Golda Meir, ex-primeira-ministra de Israel, ao declarar que “se os palestinos baixarem as armas, haverá tranquilidade. Se os israelenses baixarem as armas, não haverá mais Israel”.
Litania e meio envolvente
A litania de Lula na ONU prolongou-se enfadonha, abordando temas os mais díspares. Ele criticou “experiências ultraliberais”, posou de valentão contra “plataformas digitais”, defendeu “potente regulação da economia doméstica”, divagou em torno de uma “perceptibilidade sintético emancipadora que também tenha a faceta do Sul global”, achou tempo para tomar as dores da ditadura cubana e terceirizou o problema das queimadas do Brasil ao mesmo tempo em que afirmou que não os terceirizaria.
Lula cobrou do mundo rigor na proteção do meio envolvente, quando – em grande secção pela preterição, incompetência e irresponsabilidade do seu governo – o Brasil está sendo devastado por incêndios: com flora, fauna e inteiros biomas destruídos; com grande secção deste país continental vestido pela fumaça; com milhões de pessoas – principalmente idosos e crianças – sendo vítimas de males respiratórios.
Sobre tamanha catástrofe, situação desesperadora sem término previsto, Lula falou de forma dispersa e evasiva, com frases de compreensão complicada, porquê essa: “O meu governo não terceiriza responsabilidades nem abdica da sua soberania”. Qual foi, Lula, o país estrangeiro ou agente pátrio traidor que, nessa emergência de incêndios, pediu ao governo brasílico para “renunciar da sua soberania”?
O roupa é que Lula fez muito pouco em relação às queimadas. Seu governo não está enfrentando o duelo da crise climática; por enquanto, está contornando o duelo. Muitos dos que lucram com a degradação ambiental submetem o governo com chantagens no Congresso Pátrio. Variados ilícitos ambientais vêm prosperando em todas as regiões do país sem dar muita atenção à alegada intransigência governamental. O combate ao mina ilícito, potente no início do governo, arrefeceu. Quanto ao transgressão organizado, até mesmo por enfrentar um governo desorganizado, está ganhando a guerra.
Enfileirando platitudes, supostas boas intenções e enganações o oração do presidente do Brasil na ONU foi longe, mas a repercussão internacional ficou aquém do solicitado. No Brasil, sempre há quem jogue confete, faça sarau e coloque qualquer bobagem que Lula diz nas alturas. Fora da bolha ideológica da esquerda lulista e da mídia placa branca, porém, viu-se exclusivamente mais um oração hipócrita facilmente desmascarado.
Direita Online
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