Forças Armadas acusam ministro da Quinta de quebrar promessa no pacote de ajuste fiscal
Integrantes das Forças Armadas expressaram insatisfação com o ministro da Quinta, Fernando Haddad, acusando-o de não satisfazer a promessa de incluir membros do Judiciário — uma vez que juízes, procuradores e defensores públicos — no pacote de ajuste fiscal.
Reunião com Haddad e Compromisso Firmado
De negócio com apuração da pilar de Raquel Landim, do UOL, o compromisso foi estabelecido em uma reunião no dia 12 de novembro entre Haddad, os comandantes do Tropa, Marinha, Aviação, e o ministro da Resguardo, José Mucio. Durante o encontro, Haddad teria afirmado que a inclusão dos militares no ajuste fiscal era necessária, justificando que “todas as categorias deveriam dar sua tributo”. Ele também destacou que o Judiciário não seria poupado, mencionando que o Brasil possui o “Judiciário mais custoso do mundo”, com despesas equivalentes a 1,6% do PIB.
O Pacote Fiscal e o Impacto no Judiciário
Embora o pacote fiscal anunciado inclua uma proposta de lei complementar para expulsar brechas que permitem os chamados “super salários” no setor público — frequentemente atribuídos a membros do Judiciário —, não foram previstas medidas específicas para redução de despesas exclusivamente desse poder.
Esse ponto gerou críticas entre os militares, que sentem que a categoria foi diretamente impactada, enquanto os membros do Judiciário ficaram de fora de cortes mais severos.
Contexto Político e Fragilidade dos Militares
Entre os militares, há uma percepção de que o governo aproveitou o momento de fragilidade da categoria perante a opinião pública, principalmente em razão das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado durante a gestão de Jair Bolsonaro. As investigações envolvem diversos militares, inclusive em alegações de um projecto para reparar contra a vida de figuras uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Ajustes Anunciados e Reações
Haddad apresentou algumas propostas que afetam diretamente os militares, uma vez que a geração de uma idade mínima de 55 anos para aposentadoria. No entanto, ainda não há consenso sobre o período de transição para que a novidade regra entre em vigor.
Os militares argumentam que essa mudança pode gerar um “engavetamento” nas promoções dentro da curso, já que elas dependem de aposentadorias para que novos postos sejam abertos.