O histórico ex-presidente do Uruguai, José ‘Pepe’ Mujica, disse estar preocupado com o porvir do País quando a curso política do presidente Lula (PT) chegar ao término.
Segundo defendeu o político, Lula ainda não fez um sucessor, o que representa um sinal de alerta para a esquerda brasileira e da América Latina. A enunciação foi dada à AFP, em uma entrevista publicada nesta sexta-feira 29.
“Lula está perto dos 80 anos de idade. E ele não tem substituto. Esse é a desgraça do Brasil”, afirmou Mujica ao comentar sobre o petista, a quem chamou de “velho companheiro”.
Lula, de indumento, ainda não tem um sucessor. O debate, que já tem sido travado, deve lucrar força no próximo ano, quando o petista se aproxima do término do seu terceiro procuração uma vez que presidente.
Inicialmente, Lula tinha afirmado que 2022 seria a sua última participação em uma disputa eleitoral. Naquele momento, o petista sinalizava que não pretendia concorrer à reeleição em 2026, um tanto permitido pela legislação eleitoral do País.
O tom da enunciação, porém, começou a mudar no término do seu primeiro ano de procuração. Lula passou, incentivado por aliados e conselheiros, a cogitar ser candidato em uma próxima eleição. Na mais recente enunciação sobre o tema, disse estar pronto para um novo procuração.
“Se chegar na hora e os partidos resolverem que não têm nenhum outro candidato para enfrentar uma pessoa da extrema-direita, negacionista, que não acredita na ciência, obviamente estarei pronto para enfrentar“, afirmou em conversa com a CNN dos Estados Unidos. “Mas espero que não seja necessário.”
Na pesquisa mais recente sobre 2026, o atual ministro da Herdade, Fernando Haddad, foi testado uma vez que opção da esquerda no lugar de Lula. O desempenho, porém, ficou significativamente aquém do registrado pelo presidente em outros cenários monitorados pela mesma pesquisa.
América Latina
Na conversa com a AFP, Mujica também avaliou outros cenários políticos latino-americanos. O uruguaio fez duras críticas a Nicolás Maduro, da Venezuela, e Daniel Ortega, da Nicarágua. Os dois mandatos, segundo Mujica, não podem ser classificados uma vez que governos de esquerda.
“Tenho uma discordância íntima com regimes autoritários. O que eu não esteio é a mediação externa. Os problemas da Venezuela devem ser resolvidos pelos venezuelanos. E, de qualquer forma, eles devem ser ajudados. Mas não interfiram”, disse o ex-presidente.
“Haverá alguma revolução de dentro da Venezuela em qualquer momento”, afirmou.
Mujica, portanto, negou que o governo de Maduro, no poder desde 2013, seja de esquerda ou comparável ao de seu predecessor, o falecido ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013).
“Alguns dos chavistas estão fora disso e muitos deles são perseguidos no mundo”, disse.
Por término, Mujica também lamentou o autoritarismo da Nicarágua sob o comando de Daniel Ortega e sua esposa Rosario Murillo.
“O que mais me irrita é quando eles brincam de democracia e depois trapaceiam. Isso é insuportável”, declarou.
Para o ex-presidente uruguaio, “o autoritarismo na América Latina é um passo para trás. Nós o vivemos historicamente quando os Estados Unidos se intrometeram em todos os lugares. Mas agora também estamos atrapalhando”.
(Com informações de AFP)