As jogadas políticas para 2026 começaram antes do que muitos imaginavam, e os acordos aparentemente impossíveis que surgem nas eleições de 2024 indicam que o cenário ao Senado Federalista já está sendo montado nos bastidores. A “projéctil de prata” conservadora, tão aguardada por muitos, pode já ter sido vendida — e pior, perdida.
É inacreditável ver a direita, que tanto criticava a velha política, agora de braços dados com ela. A galera que sempre gritou contra o “sistema” agora tenta vender as mesmas candidaturas de sempre, uma vez que se fossem novidades. Mas não adianta: puxar candidato da velha política goela aquém dos apoiadores é um tiro no pé.
A promessa de mudança perde força quando se faz parceria com os mesmos adversários de ontem. Um paradoxo que não fecha. Lutar contra o sistema usando suas engrenagens só fortalece o que se tenta destruir.
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A incapacidade de destituir um ministro já mostra uma vez que o núcleo político controla o jogo. E, daqui para frente, a situação tende a se complicar ainda mais. A verosímil conquista de 3 milénio prefeituras pelo PL, sob o comando de Valdemar Costa Neto, colocaria quase 60% dos municípios nas mãos do centrão. Isso é uma máquina poderosa, pronta para engolir qualquer tentativa de mudança verdadeira.
Agora, reflita: com tanta grana envolvida, você acha mesmo que em 2026 o PL vai seleccionar os dois terços necessários no Senado para alguma coisa tão audacioso quanto um impeachment? Sonha. Nem 54 vagas seriam suficientes para sustentar essa fantasia.
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Ainda mais quando olhamos para o que aconteceu nas eleições de 2022, onde PT e União Brasil dominaram os governos estaduais. União Brasil, o mesmo partido que virou a maior base de Lula no Congresso, agora joga na zona cinzenta do centrão.
Com tantos estados sendo controlados pela esquerda ou pelo núcleo, quem vai para o Senado? Aqueles que ficaram no páreo nas últimas eleições. Olha São Paulo, por exemplo: Tarcísio foi eleito, mas quem vem logo detrás? Haddad com 8,5 milhões de votos e Rodrigo Garcia, o vice de Doria, com 4,3 milhões.
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Eduardo Bolsonaro pode até prometer uma vaga, mas a segunda? Vai ser Haddad, França ou até Garcia, que se vende uma vez que “do núcleo”, mas sabemos para onde pende.
E não para por aí. Em outros estados, o cenário se repete. O PT pode se alinhar com PSDB, MDB, e até o PSD de Kassab, bloqueando qualquer progresso de conservadores uma vez que Ricardo Salles, que já deve estar planejando sua reeleição uma vez que deputado federalista para não permanecer de fora do jogo.
A situação vai permanecer ainda mais complicada em 2025, quando as prefeituras estiverem nas mãos do centrão, alimentando escândalos e alianças duvidosas. E enquanto isso, a direita vai se desintegrando por dentro. Nikolas Ferreira e outros já dão sinais de desgaste, ora pedindo boicote ao PSD, ora pedindo votos para seus candidatos. Tá tudo muito confuso.
Com tantos erros, traições e acordos obscuros, fica a pergunta: até onde a direita vai se sustentar nesse cenário escravizado pelo centrão? Será que o sufragista ainda vai crer nas promessas de mudança, quando seus líderes apertam as mãos daqueles que um dia chamaram de inimigos?
Jornal da Cidade
Direita Online
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