Auditores do Tribunal Contas do Município (TCM) de São Paulo vistoriaram, na última semana, os 22 cemitérios que tiveram o serviço funerário privatizado pela gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Em dez unidades foram encontradas ossadas e sobras de materiais fúnebres expostos e misturados à terreno em escavação.
O TCM considerou grave o cenário relatado pelos auditores e uma reunião de emergência foi convocada para esta quinta-feira (28), na sede do tribunal, com a participação da SP Regula, empresa ligada ao gabinete do prefeito, que é responsável pela regulação e pela fiscalização dos serviços.
Em três cemitérios, Vila Formosa, Campo Grande e Dom Bosco, administrados por Consolare, Grupo Maya e Cortel, respectivamente, as encostas dos terrenos, que foram revoltas por escavadeiras, estão com partes de esqueleto humano expostas. Inclusive crânios.
De tratado com o TCM, as empresas não tiveram sucesso em justificar o descaso. “Aos auditores, os representantes das concessionárias não conseguiram justificar a destinação das ossadas enterradas nos locais onde houve exumação compulsória, limitando-se a mostrar sacos de despojos em quantidade muito subalterno ao totalidade de exumações já feitas.”
Ainda de tratado com o tribunal, o relatório final e as denúncias sobre o estado dos cemitérios foram encaminhadas ao prefeito Ricardo Nunes, que durante as eleições deste ano, quando se reelegeu, defendeu a privatização do sistema funerário e as empresas prestadoras do serviço.
Em março de 2023, a Prefeitura de São Paulo, sob Ricardo Nunes, entregou a cinco empresas da iniciativa privada a gestão dos serviços funerários de 22 cemitérios da capital paulista. Desde portanto, na prensa e nos órgãos públicos, foram registradas denúncias de superfaturamento e má qualidade nos serviços.
Edição: Nathallia Fonseca