O presidente do Instituto Brasílio do Meio Envolvente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, emitiu um ofício nesta terça (24) em resposta à epístola dos servidores do órgão na Paraíba, que se manifestaram contra a nomeação de Gustavo da Costa Dantas, engenheiro ambiental, para o função de superintendente do instituto no estado. Segundo os servidores, a indicação seria política, e o indicado não teria experiência suficiente para a função.
No documento, emitido pelo Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do Ibama, Rodrigo Agostinho afirmou que está consciente da insatisfação dos servidores e que, na atual gestão, as manifestações serão consideradas no processo decisório. No entanto, ele destacou que a nomeação de superintendentes não é uma decisão totalmente sob seu controle, afirmando que o processo “envolve tratativas que extrapolam a discricionariedade deste gestor”. O presidente também defendeu a formação e a experiência de Gustavo Dantas, afirmando que ele possui pós-graduação em Geoprocessamento e experiência em consultoria ambiental, além de estar à disposição para mais esclarecimentos.
Servidores acionam o MPF
A Associação dos Servidores do Ibama na Paraíba (Asibama/PB) reagiu à nomeação, acionando o Ministério Público Federalista (MPF) para questionar o processo. Segundo os servidores, o função de superintendente estaria sendo ocupado por indicação política, e o nomeado, Gustavo Dantas, seria recém-formado, sem vínculos anteriores com o Ibama e sem experiência suficiente em gestão pública. De concórdia com a nota divulgada pela associação, o processo de nomeação foi rápido e surpreendente, mormente em um momento de crise climática no país.
A nota da Asibama/PB também trouxe críticas ao governo federalista, em peculiar ao presidente Lula (PT) e à ministra do Meio Envolvente, Marina Silva (Rede). Segundo os servidores, apesar das críticas às queimadas e ao desmatamento, a gestão estaria mantendo práticas de “toma-lá-dá-cá” em nomeações, ignorando critérios técnicos para cargos comissionados, conforme definido em portaria de 2023.
Posicionamento de líder da Associação
Em conversa com o Jornal Brasil de Trajo, Fabiano Gumier, presidente da Asibama/PB e servidor do ICMBio/PB, comentou sobre o contexto político da nomeação. Ele afirmou que ainda não está evidente de qual político partiu a indicação de Gustavo Dantas, mas mencionou especulações sobre possíveis influências de parlamentares paraibanos. Segundo ele, a resposta do presidente do Ibama confirma que há negociações políticas no processo, sobre as quais nem mesmo a ministra do Meio Envolvente e Mudança do Clima, Marina Silva, teria totalidade controle. Ele também criticou a postura de Rodrigo Agostinho durante a greve dos servidores, afirmando que o presidente não dialogou com a categoria de maneira satisfatória.
Fabiano destacou a preocupação dos servidores com a falta de experiência do indicado para um função tão relevante, mormente em um momento quebrável para a agenda ambiental no Brasil. Para ele, é necessário esclarecer de onde veio a indicação e quais são os interesses políticos por trás da nomeação.
“Na verdade, a gente não sabe de que político da Paraíba partiu essa indicação. Inicialmente, especulava-se que teria sido de qualquer deputado estadual pelo partido da Marina Silva. Mas também ouvimos rumores de que poderia ser de qualquer deputado do PSB, e chegaram boatos de que teria sido de outro filiado ao União Brasil. O problema é que o presidente do Ibama, ao fazer essa enunciação e exprimir o ofício, deixa evidente que há questões políticas sendo negociadas e que estão fora do controle dele. Provavelmente, isso ocorre também com a Marina Silva”.
Ele também criticou a postura do presidente do Ibama durante a greve dos servidores.
“O presidente do Ibama criou dificuldades durante nossa greve. Ao contrário do presidente do ICMBio, que negociou e revisou os percentuais das atividades durante a greve, o presidente do Ibama ficou adiando decisões, e nós acabamos tendo que concordar o concórdia imposto pelo governo. Isso inviabilizou a participação de boa segmento dos colegas do Ibama na greve.”
Quem é Gustavo da Costa Dantas?
Gustavo da Costa Dantas, 28 anos, é engenheiro ambiental formado em 2021 pela Universidade Federalista de Planície Grande (UFCG) e possui pós-graduação em Geoprocessamento pela faculdade de ensino a intervalo Prominas. Segundo pesquisa na internet, Gustavo foi vice-presidente do Meio Acadêmico de Engenharia Ambiental da UFCG e trabalhou uma vez que agente censitário do IBGE. Além da formação acadêmica, ele tem uma vez que experiências profissionais um estágio em uma consultoria ambiental chamada Nordeste Reflore, além da vice-presidência no núcleo acadêmico “Ariano Vilar Suassuna”, do curso de Engenharia Ambiental da UFCG, campus de Pombal. Desde agosto de 2022, ele trabalha uma vez que técnico em hidrografia em uma empresa privada de engenharia.
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Edição: Cida Alves
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