Até os parlamentares do PT e do PSOL se voltaram contra a Polícia Federalista (PF) por indiciar os deputados Marcel van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB) em razão de suas declarações, protegidas pela isenção parlamentar prevista na Constituição Federalista.
Chico Alencar (PSOL-RJ) e Nilto Tatto (PT-SP) discordam do texto das críticas de seus opositores ao representante da PF, Fábio Schor, mas advertem para medidas arbitrárias que violam o mesada por privilégio de função.
– A isenção parlamentar foi uma conquista da democracia em seguida o período da ditadura militar, que perseguiu deputados e senadores. A sinceridade de questionário e o indiciamento de dois deputados agora pela Polícia Federalista é até um contrassenso por segmento da PF – disse Chico Alencar à poste de Paulo Cappelli, do Metrópoles.
Quanto ao valor das declarações, o psolista declarou:
– Acho que o representante faz um bom trabalho. Mas daí a Polícia Federalista penetrar questionário e indiciar os deputados por conta das opiniões deles? Está falso. É uma remanescente. E isso pode atingir qualquer um. Se o representante se sentiu ofendido, ele tem o recta de processar o parlamentar. E aí o juiz decidirá – destacou.
Chico Alencar testemunhou um incidente em que foi criticado por Marcel van Hattem, mas entendeu que ele está em pleno gozo da isenção que a Constituição lhe confere.
– Outro dia, o Van Hattem disse que eu “defendo torturador” porque sou contra a anistia do 8 de Janeiro. Eu pensei até em processá-lo, porque me senti ofendido. Nunca na vida achei que fosse ouvir um tanto do tipo. Mas, depois, pensei: “ele está exercendo a isenção parlamentar dele para me criticar”. Logo achei melhor rebater, ir para o campo do debate – disse o deputado em simples exemplo de apreço à democracia.
O petista Nilto Tatto ressaltou que não se pode silenciar a opinião de quem foi eleito para simbolizar a voz dos brasileiros.
– Eu compartilho desse mesmo entendimento. Não dá para ter perseguição em cima de oração, em próprio dentro do plenário da Câmara. Logo eu compartilho dessa mesma posição. A Polícia Federalista não deveria ter feito isso.