No dia 3 de abril de 2018, às vésperas do Supremo Tribunal Federalista (STF) estudar um pedido de habeas corpus do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que estava recluso na estação, o general da suplente Eduardo Villas Bôas, que comandou o Tropa entre 2014 e 2019, publicou dois tuítes pressionando e ameaçando a golpe.
“Asseguro à País que o Tropa Brasílico julga compartilhar o ansiedade de todos os cidadãos de muito de repúdio à impunidade e de saudação à Constituição, à silêncio social e à Democracia, muito uma vez que se mantém circunspecto às suas missões institucionais”, afirmou Villas Bôas.
No dia seguinte ao tuíte, o STF não acatou o habeas corpus pedido pela resguardo de Lula e o petista seguiu recluso, impedido de disputar a eleição presidencial de 2018, que terminou com a vitória de Jair Bolsonaro (PL), coligado do general Villas Bôas.
Em fevereiro de 2021, a Instalação Getúlio Vargas publicou o livro General Villas Bôas: conversa com o comandante, onde o militar narra sua vida. Em um trecho, ele admite que o tuíte ameaçando o STF teria pretérito pelas mãos de outros cinco generais: Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, Augusto César Nardi de Souza, Paulo Humberto Cesar de Oliveira, Mauro César Lourena Cid e Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira.
Em geral, os generais integraram o Comando de Operações Especiais (Copesp), que forma os agentes de forças especiais do Tropa, os chamados “kids pretos”, que são considerados a escol das Forças Armadas do país.
Os “kids pretos” ganharam destaque na prensa no último dia 19 de novembro, quando a Polícia Federalista prendeu integrantes do grupo de escol por planejarem a morte de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes, ministro do STF.
Além de serem “kids pretos”, o quinteto de generais tem outro traço em geral. Todos ganharam cargos no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira foi ministro-chefe da Moradia Social. Ele é irmão do general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, que foi indiciado no relatório da Polícia Federalista por tentativa de golpe.
Paulo Humberto Cesar de Oliveira presidiu o Instituto de Previdência Complementar dos Correios (Postalis). Bolsonaro quis colocá-lo avante do Tropa em 2019, mas ele recusou o invitação e preferiu seguir no comando da estatal.
Pai de Mauro Cid, que era ajudante de Bolsonaro no Palácio do Planalto, o general Mauro César Lourena Cid assumiu a direção da Sucursal Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Miami, nos Estados Unidos.
Augusto César Nardi de Souza se tornou encarregado de Assuntos Estratégicos do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Resguardo ainda em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro.
Por termo, o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, que foi encarregado de três pastas no governo Bolsonaro: Moradia Social, Secretaria de Governo e Secretaria-Universal da Presidência da República.
Edição: Martina Medina