O dólar atingiu um novo recorde nominal nesta quarta-feira (27), encerrando o dia cotado a R$ 5,9124, uma subida de 1,8%. O patamar inédito superou a máxima anterior, de R$ 5,9007, registrada em maio de 2020. O movimento de valorização da moeda estrangeira ocorreu horas antes do pregão de um pacote de medidas para contenção de gastos públicos pelo governo federalista.
A proposta de isentar do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 milénio, antecipada pelo mercado, gerou preocupações sobre a sustentabilidade fiscal e a origem dos recursos para gratificar a perda de arrecadação. A incerteza levou investidores a buscar proteção no dólar, que chegou a ser cotado a R$ 5,9288 na máxima do dia.
Especialistas avaliam que a reforma tributária, embora bem-vista pela população, pode trazer dúvidas sobre o estabilidade fiscal do país, mormente em um cenário onde a prioridade do governo é substanciar a crédito nas contas públicas.
Pronunciamento e cortes anunciados
O ministro da Quinta, Fernando Haddad, fará pronunciamento em rede vernáculo às 20h30 para detalhar as ações do governo. Segundo a Secretaria de Notícia Social (Secom), a transmissão terá duração de 7 minutos e 18 segundos. O tema, divulgado pelo Ministério da Quinta, será “Brasil mais poderoso: governo eficiente, país justo”.
Reformas e ajustes fiscais
A medida que prevê a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 milénio é uma promessa de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva e procura amenizar possíveis desgastes políticos, mormente em função de um novo limite para o reajuste do salário mínimo, que deve ser anunciado hoje (27).
A regra vigente, que calcula o reajuste com base na inflação e no incremento do PIB, será modificada para estabelecer um teto de 2,5%.
Outras mudanças incluem restrições no chegada ao abono salarial, que será restringido a trabalhadores com renda de até um salário mínimo a partir de 2026. Aliás, a reforma da previdência dos militares prevê a implementação progressiva de uma idade mínima de 55 anos para a transferência à suplente, o que pode gerar uma economia anual de R$ 2 bilhões.
As medidas são vistas uma vez que essenciais para o controle das contas públicas, mas também geram debates sobre seus impactos sociais e econômicos. E mais: Brasil cria 133 milénio empregos formais em outubro. Clique AQUI para ver. (Foto: divulgação; Nascente: O Mundo)