Em seu relatório final da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado no país em 2022, a Polícia Federalista (PF) afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha “plena consciência” do projecto para a ruptura democrática e que atuou para que a medida fosse adotada.
“Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o logo presidente da República, Jair Messias Bolsonaro planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Extermínio do Estado Democrático de Recta, traje que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”, afirma a PF em seu relatório, que foi liberado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF), nesta terça-feira (26).
Durante a investigação, os agentes federais escutaram os depoimentos dos ex-comandantes do Tropa, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aviação, Carlos de Almeida Baptista Júnior, que afirmaram que Bolsonaro convocou reuniões no Palácio do Planalto, depois a roteiro para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas, em novembro de 2022.
O intuito dos encontros seria organizar um projecto para a implementação de um golpe de Estado no país, para a manutenção de Bolsonaro no poder. De tratado com os ex-comandantes, o ex-presidente apresentou um documento que detalhava as hipóteses em que a ruptura democrática seria provocada.
“Em outra reunião no Palácio da Alvorada, em data em que não se recorda, o logo presidente Jair Bolsonaro apresentou uma versão do documento com a decretação do estado de resguardo e a geração da percentagem de regularidade eleitoral para ‘apurar a conformidade e legitimidade do processo eleitoral'”, disse o ex-comandante do Tropa Marco Antônio Freire Gomes.
Em seu testemunho, do ex-comandante da Aviação, Carlos de Almeida Baptista Júnior, afirmou que Bolsonaro teria sido alertado por ele que, caso continuasse com a tentativa de golpe de Estado, teria que ser recluso.
“Em uma das reuniões dos comandantes das Forças com o logo presidente depois o segundo vez das eleições, depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de reparar contra o regime democrático, por meio de institutos previstos na Constituição Garantia da Lei e da Ordem (GLO), ou estado de resguardo, ou estado de sítio, o logo comandante do Tropa, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, afirmou Baptista.
Edição: Nicolau Soares