O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou, nesta segunda-feira (25), sobre o interrogatório final da Polícia Federalista (PF) em que ele e mais 36 pessoas constam uma vez que indiciadas por tentativa de golpe de Estado. Em entrevista aos jornalistas no Aeroporto de Brasília, em seguida uma viagem feita a Maceió (AL), Bolsonaro se defendeu afirmando que nunca debateu golpe com ninguém. Ele ainda negou a existência de um projecto para matar autoridades.
Na semana passada, o interrogatório da PF revelou que, entre os planos descobertos para manter Bolsonaro na presidência no termo de 2022 e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seguida as eleições, estavam o de matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF), Alexandre de Moraes.
Para o investigador político Paulo Ramirez, professor da Instauração Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), as declarações de Bolsonaro negando envolvimento na trama golpista não fazem sentido, tendo em vista os próprios depoimentos de aliados dele na investigação.
“Bolsonaro, quando foi presidente, uma das suas principais marcas era exatamente desabitar os seus aliados quando eles se envolviam em alguma polêmica. Ele fez isso com ministros da saúde durante a pandemia, fez isso com advogados, enfim, uma série de aliados que, à medida que foram entrando em confusão jurídica, em denúncias, ele sempre usou o argumento de que a responsabilidade não era dele”, lembra o professor.
“Agora, a gente não pode olvidar que Bolsonaro passou quatro anos atacando, enquanto presidente, o STF. No ano de 2022, e durante o processo eleitoral daquele ano, ele também colocava em dúvidas o processo eleitoral e estimulava a população a tomar atitudes mais rígidas, mais agressivas, contra o resultado das eleições. Logo, simples que não faz o menor sentido o argumento dele. A gente não pode olvidar que há uma série de militares sendo interrogados, fazendo delações premiadas e, provavelmente, cedo ou tarde, o nome do Bolsonaro aparecerá uma vez que um mandante dessa tentativa de transgressão gravíssimo, que foi uma tentativa de golpe”.
Na tarde desta terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes derrubou o sigilo da investigação e enviou o relatório de mais de 880 páginas à Procuradoria-Universal da República (PGR). Cabe ao órgão agora estudar as informações e deliberar se denuncia os indiciados, pede aprofundamento das investigações ou arquiva o caso. A expectativa é que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, só tome uma decisão em 2025.
Com mais esse indiciamento, é muito provável que Bolsonaro seja recluso, aposta Ramirez. O ex-presidente acumula três indiciamentos. O mais recente se refere à tentativa de golpe, mas Bolsonaro também foi indiciado por falsificação de cartão de vacina em março deste ano e no caso das joias sauditas em julho. Caso Bolsonaro seja denunciado pela PGR, ele será julgado e pode ter pena de prisão decretada.
“A tendência é que somem-se mais provas, inclusive de militares próximos ao Bolsonaro. E esse transgressão não foi um transgressão só de opinião. Liberdade de sentença não é liberdade para agir de maneira autoritária e contra a democracia. Isso não é liberdade de sentença. E a gente não pode olvidar que militares chegaram a permanecer a postos para cometer o transgressão. Usaram recursos públicos e aparelhos públicos uma vez que carros, armas, ainda que não tenham matado Lula, o Alexandre de Moraes e muito menos o Alckmin, esse projecto só não foi realizado definitivamente por uma questão do contingência, já que o Alexandre de Moraes acabou saindo mais cedo de uma sessão do STF”, explica o professor da FESPSP.
“Logo, não se pode manifestar que não houve uma atitude de vestuário ou, somente uma vez que argumentam os bolsonaristas, de que só foram ideias. Isso é contraditório. É um contraditório para tentar livrar o Bolsonaro. E, diante disso, a tendência é que a PGR conduza o Bolsonaro ao processo junto ao interrogatório e, cedo ou tarde, é muito provável que ele seja recluso”.
A entrevista completa está disponível na edição desta terça-feira (26) do Meão do Brasil, no meato do Brasil de Vestimenta no YouTube.
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O Meão do Brasil é uma produção do Brasil de Vestimenta. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.
Edição: Martina Medina