O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (25/11), que sempre jogou “dentro das quatro linhas” da Constituição e negou envolvimento em trama para dar golpe de Estado depois perder a eleição de 2022 para o petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federalista, junto a 36 pessoas ligadas a ele, sob a querela de ter tramado para impedir a posse de Lula em 2023, em uma investigação que incluiu ações de autoridades do vetusto governo e a mobilização em frente a quarteis que culminou nas depredações de 8 de Janeiro de 2023.
“Ninguém vai dar golpe com general da suplente e mais meia dúzia de oficiais. É um sem razão o que está falando. Da minha secção, nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse discutir golpe comigo, eu ia falar, ‘tá, tudo muito, e o after day? E o dia seguinte, porquê é que fica? Porquê é que fica o mundo perante a nós?”, defendeu-se o ex-presidente. “Agora, todas as medidas possíveis dentro das quatro linhas, dentro da Constituição, eu estudei”, completou Bolsonaro.
O ex-presidente desembarcou em Brasília nesta segunda e conversou com a prensa e apoiadores contornado por parlamentares do PL, porquê o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Coronel Zucco (PL-RS).
A PF indiciou o ex-presidente e mais 36 pessoas pelos crimes de extinção violenta do Estado Democrático de Recta, golpe de Estado e organização criminosa. A corporação ainda investiga a trama de militares com cargos no governo para massacrar o logo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF).
Bolsonaro saiu de Alagoas, capital de Maceió, com sorte a Brasília na tarde desta segunda. Durante a passagem pelo Nordeste, o ex-presidente se encontrou com Gilson Machado, ex-ministro do Turismo.
A PF encaminhou o sindicância para o STF, que agora deverá enviar o documento para o Procurador-Universal da República (PGR).
Nesta segunda, o legista de resguardo de Bolsonaro, Paulo Bueno, diz esperar que Paulo Gonet tenha uma postura isenta ao explorar o caso. “Esperamos que o MP [Ministério Público] tenha uma participação que não pode ter ao longo do tempo desta investigação. Inclusive, na gestão anterior, por diversas vezes, houve pedido de arquivamento de inquéritos, que foi simplesmente ignorado.”
Não há um prazo para revelação da PGR sobre o sindicância da Polícia Federalista. Há possibilidade da apresentação de uma denúncia, quando há uma querela formal de crimes na Justiça.