Famílias atingidas pelo rompimento da barragem da Vale na bacia no Rio Rebuçado se reuniram na Rossio Minas Gerais, em Mariana (MG), na manhã desta segunda-feira (25), para reclamar contra a visitante do governador Romeu Zema (Novo) ao município.
O patrão do Executivo estadual esteve na cidade para apresentar à população os supostos “benefícios” do novo congraçamento de repactuação, homologado pelo Supremo Tribunal Federalista (STF) no início deste mês.
Apesar de ser um espaço público, a rossio foi isolada, e os atingidos não puderam participar da cerimônia. Letícia Oliveira, liderança do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), criticou a exclusão e ressaltou a falta de diálogo na construção do congraçamento.
“Não podemos entrar na rossio, que é pública, para participar do evento e dar o nosso recado. Esse novo congraçamento foi feito sem a participação dos atingidos e exigimos, agora, estar presentes na sua efetivação”, criticou, em vídeo publicado nas redes sociais.
Letícia completou dizendo que os atingidos precisam determinar junto aos órgãos uma vez que o quantia do congraçamento será usado.
“É fundamental que os recursos cheguem a quem sofre até hoje, sem justiça, principalmente depois a absurda remissão das empresas responsáveis na semana passada”, afirmou
Com gritos de “Não foi acidente. O governo mata rio, mata peixe e mata gente”, os manifestantes exigiram que os recursos oriundos do congraçamento fossem destinados às famílias atingidas, em vez de ficarem sob controle individual do governo estadual.
O protesto também foi marcado pela revolta contra a decisão judicial que absolveu as empresas Vale, BHP Billiton e Samarco pelo transgressão, que aconteceu em 2015. A tragédia de Mariana, que completou nove anos, deixou um rastro de devastação ambiental e social, e os atingidos seguem lutando para que as reparações sejam justas e eficazes.
Manadeira: BdF Minas Gerais
Edição: Ana Carolina Vasconcelos