Pelo menos 85 milénio adultas e jovens foram assassinadas propositadamente no mundo em 2023. Os números indicam que um feminicídio é praticado no planeta a cada 10 minutos. Lançados nesta segunda-feira (25), dia internacional pelo término da violência contra as mulheres, os dados de 107 países são da Organização das Nações Unidas (ONU).
Na América e na Europa, os feminicídios são cometidos em sua maioria por parceiros ou ex-parceiros. Já no resto do mundo, são membros da família os que mais matam as mulheres.
De forma universal, o lar segue sendo o lugar mais perigoso. Em 60% dos casos registrados em 2023, foi leste o envolvente das mortes. Antes de morrer, boa segmento delas denunciaram estar sofrendo violência física, sexual e/ou psicológica.
De entendimento com o relatório elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Violação (UNODC) e a ONU Mulheres, as mortes que poderiam ser “evitadas” chegam a “um nível alarmante”.
O assassínio de 140 pessoas por dia por sua quesito de ser mulheres constituiu, segundo o documento, um fenômeno mundial que “atravessa fronteiras e afeta todas as classes sociais e faixas etárias”.
Em 2023, a África bateu o recorde de feminicídios praticados por parceiros íntimos e familiares, seguida pela América e Oceania. Na Europa, 64% das mortes foram cometidas por companheiros, nas Américas o índice é de 58%.
“A violência contra mulheres e meninas não é inevitável”, salienta Sima Bahous, diretora-executiva da ONU Mulheres. “Precisamos de legislação robusta, melhora na coleta de dados, maior responsabilização governamental, uma cultura de tolerância zero e o aumento do financiamento a entidades de resguardo dos direitos das mulheres”, defende Bahous, no expedido que acompanha o lançamento do estudo.
Ghada Waly, diretora do UNODC, ressalta a preço de os países oferecerem suporte adequado às sobreviventes, incluindo aproximação a mecanismos seguros e transparentes de denúncia. “Ao mesmo tempo”, diz Waly, “precisamos confrontar e desmantelar os preconceitos de gênero, o desequilíbrio de poder e as normas que perpetuam a violência contra as mulheres”.
Edição: Nathallia Fonseca