Brasil e Colômbia publicaram, na noite deste sábado 24, um novo expedido em que cobram a divulgação das atas da eleições na Venezuela. Os dois países ainda não reconheceram a vitória de Nicolás Maduro no pleito, mesmo depois uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) do país vizinho validar o resultado.
“Brasil e Colômbia tomam nota da decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela sobre o processo eleitoral. Reiteram que continuam a esperar a divulgação, pelo CNE, das atas desagregadas por seção de votação. E relembram os compromissos assumidos pelo governo e pela oposição mediante a assinatura dos Acordos de Barbados, tal qual espírito de transparência deve ser respeitado”, diz o trecho principal do expedido assinado por Lula (PT) e Gustavo Petro.
“Ambos os presidentes permanecem convencidos de que a credibilidade do processo eleitoral somente poderá ser restabelecida mediante a publicação transparente dos dados desagregados por seção eleitoral e verificáveis”, insistem os presidentes em outra segmento da publicação.
O brasiliano e o colombiano pedem, ainda, que o governo e a oposição evitem ‘recorrer a atos de violência e à repressão’. No país, milhares foram presos depois protestos contra o resultado. Mais de 20 mortes também estariam relacionadas às manifestações da oposição. Maduro tem pedido, ainda, a prisão de Edmundo González e Maria Corina Machado, líderes da oposição, sob a arguição de uma tentativa de golpe de estado.
Inicialmente, o México também participava das tratativas sobre a eleição na Venezuela ao lado de Brasil e Colômbia. Andrés Manuel Lopez Obrador chegou a assinar com Lula e Petro ao menos um expedido, mas deixou as discussões após divergências. Nos bastidores, uma ida de Lula ao México, para a posse de Claudia Sheinbaum uma vez que novidade presidente, passou a ser cogitada. A leitura é de que uma conversa presencial poderia reduzir qualquer rumor nas relações entre Brasil e México.
Maduro ainda não comentou o novo expedido. No último ‘recado’ a Brasil, na semana passada, o venezuelano disse que seu país não cobrou zero quando Jair Bolsonaro (PL) questionou a vitória de Lula em 2022.
“No Brasil, o ex-presidente Bolsonaro, coligado da extrema-direita fascista da Venezuela, alegou fraude e não aceitou a guião. E foi o tribunal brasiliano [TSE] que decidiu”, disse Maduro ao jornal El Tiempo. “Ninguém na Venezuela e em nosso governo pediu um tanto.”
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