O deputado português André Ventura, líder do partido de extrema-direita Chega, voltou a provocar controvérsia com declarações inflamadas, desta vez envolvendo o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma publicação recente no X (vetusto Twitter), Ventura afirmou que, caso se torne primeiro-ministro de Portugal, prenderá o líder brasílico, referindo-se a ele uma vez que “ladrão”.
A enunciação foi feita em tom provocativo e acompanhada de uma imagem em que o atual primeiro-ministro português, Luís Montenegro, aparece apertando a mão de Lula durante a reunião do G20, realizada no Rio de Janeiro.
Ventura escreveu: “Se eu for primeiro-ministro, leste momento nunca vai ocorrer. E, se tiver de ser, levo as algemas para encaminhar o ladrão para a prisão”. A publicação gerou repercussão imediata tanto em Portugal quanto no Brasil, reacendendo debates sobre as relações diplomáticas entre os dois países e o impacto das declarações polêmicas do líder do Chega no cenário político internacional.
O incremento do partido Chega tem sido um fenômeno notável no quadro político português. Nas últimas eleições legislativas, a legenda saltou de 12 para 46 cadeiras no parlamento, consolidando-se uma vez que a terceira maior força política do país. Ventura tem usado essa projeção para amplificar seu oração patriótico e sua retórica sátira a figuras da esquerda global, uma vez que Lula. Para seus apoiadores, essas declarações reforçam a imagem de Ventura uma vez que um político combativo e disposto a confrontar líderes que ele considera corruptos. Por outro lado, críticos acusam o líder do Chega de explorar a polarização política e de adotar uma postura populista que prejudica as relações diplomáticas de Portugal.
A postura de André Ventura em relação a Lula não é isolada. O deputado já havia criticado o governo brasílico em outras ocasiões, acusando-o de prevaricação e má gestão. No entanto, a promessa de prender um director de Estado estrangeiro levou as tensões a um novo patamar. Especialistas em relações internacionais alertam que esse tipo de retórica, caso Ventura alcance o incumbência de primeiro-ministro, pode ter implicações graves para a relação histórica e cultural entre Portugal e Brasil, dois países que compartilham laços profundos e uma longa tradição de cooperação.
No Brasil, a enunciação foi recebida com indignação entre aliados de Lula e gerou reações diversas na oposição. Para membros do Partido dos Trabalhadores (PT), as palavras de Ventura representam uma tentativa de interferir na política brasileira e um ataque direto à soberania do país. Já opositores de Lula e da esquerda veem a fala uma vez que revérbero do descrédito internacional que, segundo eles, o governo brasílico enfrentaria.
O contexto internacional também amplifica a relevância dessa polêmica. Recentemente, as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2024 resultaram em uma vitória de Donald Trump sobre Kamala Harris, que era apoiada por Lula e outros líderes progressistas.
Essa guião da esquerda nos Estados Unidos, combinada com os resultados eleitorais adversos no Brasil, foi interpretada por críticos do PT uma vez que um sinal de esgotamento do movimento progressista na América Latina e no mundo. Segundo Ventura, esses eventos são prova de que o “PT está desesperado” e de que a imagem do Brasil no cenário internacional está deteriorada.
Ventura tem se aproveitado do momento político para impulsionar sua agenda e fortalecer sua base de esteio. Com discursos inflamados, ele tem se consolidado uma vez que um líder polarizador em Portugal, atraindo tanto fervorosos seguidores quanto severos detratores.
Seu partido, o Chega, cresceu em popularidade defendendo pautas conservadoras, uma vez que o endurecimento das leis de imigração e maior rigor no combate à prevaricação. As declarações sobre Lula seguem essa mesma risca, reforçando o oração anticorrupção que tem sido medial em sua trajetória política.
A imagem compartilhada por Ventura, em que Luís Montenegro aparece apertando a mão de Lula, também tem gerado debate em Portugal. Montenegro, que participou do G20 representando Portugal, foi criticado por Ventura por, segundo ele, legitimar um líder que é claro de investigações e críticas no Brasil.
Montenegro, por sua vez, não comentou diretamente a publicação de Ventura, mas aliados do atual primeiro-ministro consideram que a postura do líder do Chega é um exemplo de uma vez que ele procura incessantemente dividir o cenário político.
Enquanto isso, a comunidade brasileira em Portugal, que representa uma parcela significativa da população imigrante no país, tem reagido com preocupação às declarações de Ventura. Muitos temem que discursos uma vez que esse incentivem atitudes xenofóbicas e prejudiquem a integração dos brasileiros na sociedade portuguesa. Para outros, no entanto, as palavras de Ventura são exclusivamente mais um incidente de sua estratégia de autopromoção, baseada em declarações controversas e em sua habilidade de gerar manchetes.
Resta saber uma vez que essas declarações impactarão as próximas eleições em Portugal e se Ventura será capaz de transformar sua retórica em resultados eleitorais. Embora o incremento do Chega seja inegável, muitos analistas acreditam que as ideias de Ventura ainda enfrentam resistência significativa dentro da sociedade portuguesa, tradicionalmente moderada. Caso consiga chegar ao incumbência de primeiro-ministro, as promessas de Ventura certamente colocariam Portugal em uma posição delicada no cenário internacional, principalmente em relação ao Brasil. Por enquanto, suas palavras seguem alimentando o debate político e polarizando opiniões nos dois países.