Inflação no Brasil atinge maior índice para famílias de baixa renda desde 2023, aponta Ipea
A inflação no Brasil tem pesado de maneira desproporcional sobre as famílias de renda mais baixa, com subida acumulada de 4,99% nos últimos 12 meses, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nascente é o maior índice para essa filete desde fevereiro de 2023, no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Subida de Preços para os Mais Pobres
As famílias com renda domiciliar muito baixa (menos de R$ 2.105,99 por mês) enfrentaram uma aceleração inflacionária significativa, passando de 4,34% até setembro para 4,99% em outubro. Essa taxa supera a inflação dos outros cinco grupos de renda analisados pelo Ipea.
Em contraste, as famílias com renda subida (supra de R$ 21.059,92 por mês) registraram desaceleração, com a taxa caindo de 4,72% para 4,44% no mesmo período.
O Peso dos Víveres e da Pujança
O impacto nos preços dos provisões e da pujança elétrica é mormente sentido pelos consumidores mais pobres, para quem esses itens representam uma parcela maior da cesta de consumo.
Já entre os mais ricos, o dispêndio das passagens aéreas, que tem peso significativo no orçamento desse grupo, apresentou um refrigério em outubro, contribuindo para a desaceleração da inflação nessa filete de renda.
“Quando as tarifas têm refrigério, tendem a levar a inflação desse grupo para insignificante”, explicou Maria Andreia Lameiras, pesquisadora responsável pelo levantamento do Ipea.
Inflação por Tira de Renda
Os dados do Ipea, calculados com base no IPCA do IBGE, revelam o impacto da inflação em diferentes grupos de renda:
- Renda muito baixa (< R$ 2.105,99): 4,99%
- Renda baixa (R$ 2.105,99 a R$ 3.158,99): 4,96%
- Renda média-baixa: 4,72%
- Renda média: 4,68%
- Renda média-alta: 4,63%
- Renda subida (> R$ 21.059,92): 4,44%
Uma Inflação Desigual
O levantamento do Ipea destaca porquê a inflação afeta de forma desigual os diferentes grupos econômicos. As famílias de menor renda são mais vulneráveis às altas nos preços de itens essenciais, enquanto as de maior renda sofrem menos, mormente em períodos de refrigério nos custos de bens e serviços supérfluos.